sábado, 13 de agosto de 2011

História 27: O anjo destruidor


O anjo destruidor

Por causa de uma ordem insensata de Davi, a terra de Israel é castigada com uma terrível peste e com a espada do anjo destruidor.
Ao ver o terror começado pelo anjo, Deus ordena-lhe que pare. 


(Veja uma Atualização mais aprofundada desse estudo disponível AQUI)


I Crônicas 21:1-30


Quando Deus convidou Abraão a sair de sua terra para a Canaã, a terra prometida, prometeu-lhe que a sua descendência seria numerosa como as estrelas do céu e como areia do mar. A mulher de Abraão, Sara, era estéril, mas Deus, fiel à sua promessa, fez nascer de um ventre estéril uma grande nação. Os descendentes de Abraão, os israelitas, multiplicaram-se de forma que a terra se encheu deles (Êxodo 1:7). Dessa forma, se o propósito de Deus era tornar o seu povo incontável como as estrelas do céu e a areia do mar, como, ele se sentiria se alguém decidisse contar o seu povo?

Satanás por certo pensou nisso e incitou o rei Davi a numerar o povo. Davi então chamou Joabe, o general do seu exército, e ordenou a ele e aos maiorais do exército que fizessem o censo de Israel. Até Joabe entendeu que numerar o povo de Israel seria uma afronta a Deus, mas Davi não quis entender e manteve a decisão de numerar os israelitas.

Joabe, depois de quase dez meses, voltou a Davi com a soma dos israelitas: um milhão e cem mil homens de guerra em Israel, e os de Judá, quatrocentos e setenta mil homens. Joabe, porém, não contou os homens de Levi e de Benjamim por considerar isso uma ofensa a Deus.

Ao saber da soma dos israelitas, o coração de Davi pesou e ele, tomando consciência de que desagradara a Deus, angustiou-se muito.

O profeta Gade, da parte de Deus, falou para Davi escolher: três anos de fome, três meses de guerra sendo hostilizado por seus inimigos ou três dias de peste sobre Israel e a destruição de Jerusalém pelo anjo destruidor. Diante de tão difícil escolha, Davi escolheu três dias de peste porque entendeu que era melhor cair nas mãos do Senhor, que é misericordioso, do que cair nas mãos dos homens.

Tendo Davi feito a sua escolha, o Senhor enviou uma peste de três dias sobre Israel e o anjo destruidor com sua espada para arrasar Jerusalém. Por três dias, Israel testemunhou um verdadeiro apocalipse e setenta mil homens caíram mortos. Mas Deus, ao ver a catástrofe que o anjo destruidor já tinha começado a fazer em Israel, arrependeu-se e ordenou ao anjo que parasse, dizendo-lhe: Já basta, retira a tua mão!

Davi e as autoridades de Israel, ao verem o anjo com a espada exterminando o povo, cobriram-se de saco, o que representava um grande sofrimento interior. E estando eles prostrados, Davi, desesperado, rogou ao Senhor, dizendo: fui eu que pequei, mas estas inocentes ovelhas o que fizeram? Que a tua mão pese contra mim e contra a minha casa, mas não para castigar o meu povo.

O anjo destruidor foi detido, mas, para que a paz voltasse à terra, o profeta Gade disse para Davi edificar um altar ao Senhor no terreno de Araúna, o jebuseu. Araúna ofereceu a Davi o terreno e tudo o que seria necessário para os sacrifícios, mas Davi disse-lhe que iria pagar por tudo, pois não ofereceria a Deus o que não lhe custasse sacrifício. Davi então edificou um altar com ofertas pacíficas e invocou o Senhor Deus , que logo respondeu com fogo do céu sobre o altar.

Depois de selada a paz entre Davi e Deus, o Senhor ordenou que o anjo destruidor guardasse a espada na bainha.

Davi queria ainda ir oferecer sacrifícios a Deus no lugar de adoração que ficava em Gibeão, mas não podia ir lá falar com Deus porque ainda estava traumatizado com espada do anjo destruidor.

Textos sugeridos

  • II Cronicas 27:23-24 - O problema de fazer o censo dos israelitas
  • I Sm 24:10-25 - Versão 1 da história do anjo destruidor
  • I Cronicas 21:1-30 - Versão 2 do Anjo destruidor. Satanás incita Davi a numerar o povo e vem o terror do anjo destruidor.

Reflexão
A escolha de Deus



Na história em que, por escolha de Davi, Deus enviou um anjo destruidor para arrasar Jerusalém (I Crônicas 21:1-30), questiona-se por que Deus permitiu que pessoas inocentes pagassem pelo pecado de Davi.Em tal questionamento há, na verdade, um desvio na atribuição de culpas. Por exemplo, se pelo erro de um piloto de avião, várias pessoas morrem, a culpa é de Deus? Da mesma forma, se um prefeito deixa a população ocupar áreas de risco e, sobrevindo ali tempestade ou terremoto, a culpa é de Deus?

Davi sabia que estava cometendo um erro e foi alertado por seu general, mas mesmo assim insistiu no erro e dele só tomou consciência quando viu seu povo morrendo por causa da sua irresponsabilidade.

Mas, mais forte do que questionar por que Deus permitiu pessoas inocentes pagarem pelo erro de seu líder, é questionar por que Deus permitiu que o seu filho inocente pagasse pelos pecados de todo mundo? E se na resposta do primeiro questionamento acredita-se haver uma grande injustiça, na resposta do segundo, certamente, há um grande amor.

A escolha de Deus foi mais difícil do que a de Davi. Davi escolheu poupar-se a si mesmo e deixar os outros morrerem em seu lugar, mas Deus escolheu deixar seu filho morrer no lugar de todo mundo.

No filme “A escolha de Sofia”, uma mãe, em um campo de concentração nazista, foi obrigada a escolher qual de seus dois filhos deveria morrer, caso contrário, os dois morreriam. No filme, com toda a dor no coração, ela escolheu o melhor filho para viver. Ao contrário dela, Deus escolheu para morrer a pior morte o seu melhor filho para que todos os outros ingratos filhos fossem salvos. Com a força de tamanho amor, Jesus, o filho de Deus, ressuscitou dos mortos quebrando a condenação da morte destinada a todos os homens para que todo aquele que nele cresse fosse salvo e, por graça, recebesse vida eterna. Esse é o amor de Deus que excede toda justiça e todo o entendimento.

sábado, 6 de agosto de 2011

História 26: O jovem bruxo

O jovem bruxo
Manassés começa a reinar em Jerusalém aos doze anos de idade, torna-se um bruxo malvado, mas, depois de um grande sofrimento, arrepende-se e reconhece que o Senhor é Deus.
II Reis 21:1-18; II Crônicas 33:11-20




Depois que o rei Ezequias morreu, o seu filho Manassés, aos doze anos de idade, começou a reinar em Jerusalém. Ao contrário de seu pai, Manassés não agradou ao Senhor no seu reinado, antes fez de tudo para irritar o Senhor e corromper o povo de Judá com idolatria e feitiçarias.

O rei Manassés tornou-se também um bruxo, pois, conforme faziam as nações que habitavam a terra de Canaã antes dos israelitas, envolveu-se com feitiçarias, adivinhações, encantamentos e agouros.

Quando os israelitas haviam entrado na terra prometida, o Senhor ordenou-lhes que lançassem fora da terra os cananeus assim como as suas práticas de adivinhações, feitiçarias e até de sacrifícios humanos. Manassés, porém, tanto fez o povo errar, que o levou a fazer coisas até piores do que as nações pagãs que o Senhor ordenou manter distância.

No reinado de Manassés, a idolatria alastrou-se de tal forma que era como se Deus não existisse mais em Judá. Manassés dedicou-se a reedificar os altares de idolatria que Ezequias seu pai havia destruído, levantou mais altares para o deus Baal, cultuou os astros e, para irritar mais ainda o Senhor, construiu ídolos e altares no próprio templo de Deus.

Manassés também ficou conhecido na Bíblia como um rei perverso. Além de derramar muitíssimo sangue inocente, ele fez o próprio filho passar pelo fogo, conforme os rituais pagãos de sacrifícios humanos, que eram práticas abominadas e proibidas por Deus.

Vendo o Senhor Deus que a sua terra e o seu povo estavam cada vez mais contaminados pela idolatria e pelo pecado, começou a avisar, através dos profetas, a Manassés e ao povo para que se arrependessem dos horrores que estavam fazendo. Deus disse-lhes que, se eles não corrigissem os seus caminhos, viria um tão grande mal sobre eles, que aquele que ouvisse falar ficaria com as orelhas em pé.

Mesmo sendo avisados várias vezes das conseqüências dos caminhos errados que estavam seguindo, Manassés e o povo não deram ouvidos às palavras do Senhor. E, não havendo outro jeito de Judá se concertar dos seus erros, o Senhor entregou Manassés e o povo de Judá nas mãos do exército da Assíria. Manassés foi então levado preso em ganchos e amarrado com cadeias para a Babilônia.

Com o sofrimento, o rei Manassés tomou consciência do caminho errado que seguiu e se humilhou diante do Senhor. Muito angustiado, ele orou com toda sinceridade ao Senhor e rogou alívio para seu sofrimento. Deus ouviu a oração de Manassés e o trouxe de volta para Judá, devolvendo-lhe o reino. Manassés então reconheceu que o Senhor era Deus e tornou-se um novo homem.

O rei Manassés tirou da casa do Senhor os ídolos e derrubou todos os altares de idolatria. Para homenagear o Senhor, ele ofereceu não sacrifícios humanos, mas sim sacrifícios de louvor e de paz ao Senhor seu Deus. Agora, como um novo rei, Manassés ordenou ao povo de Judá que servisse e adorasse somente ao Senhor.

Deus permitiu Manassés passar por um cativeiro porque de um grande sofrimento viria uma grande mudança. Assim, a história do rei Manassés, cujo nome significa “faz esquecer”, é um exemplo de que as pessoas, por piores que tenham sido, ainda assim, podem se concertar e recomeçar uma nova vida para a glória de Deus.


Para pensar

O rei Manassés foi um rei perverso que fez muitas maldades. Uma das crueldades atribuídas ao rei Manassés foi ter serrado o profeta Isaías ao meio. Nos dias de hoje, existem muitas pessoas cruéis como Manassés que matam de forma hedionda sem demonstração de qualquer arrependimento. Você acha que essas pessoas deveriam ser punidas com a pena de morte? De acordo com a história do rei Manassés, essas pessoas são recuperáveis?

Leituras sugeridas
  • Salmos 106:34-46 - Como o povo de Deus entrou em laço por não terem expulsado da terra prometida os povos pagãos, o cativeiro e a misericórdia de Deus. (Vale a pena ler!!!)
  • II Re 21:1-18 - A história do rei Manassés
  • II Cr 33:11-20 - O arrependimento do rei Manassés


Reflexão
O bruxinho malvado



O fenômeno Harry Potter tem despertado o interesse de muitas crianças e adolescentes pela bruxaria. Os bruxos, que outrora eram os vilões malvados, são hoje os heróis da nova geração de crianças. Os pais, no entanto, devem questionar as referências que esses heróis passam e que contribuem de forma significativa para formação do caráter de seus filhos.

Seria, dessa forma, bom para a formação de uma criança vestir-se, agir e querer ser como Harry Potter? Será que existe bruxo bonzinho como as mídias enganam? Não seriam os verdadeiros “trouxas” (termo das histórias de Harry Potter referente àqueles que não são bruxos) aqueles que se deixam enganar, consomem e imitam o que se tem de pior?

Para se ter uma ideia de que a essência de um bruxo não muda com nova roupagem e com caras bonitas e infantis, basta ler o primeiro livro da série “Harry Potter” para observar, nos detalhes, o caráter egoísta, perverso e vingativo do bruxinho Harry. Por exemplo, em um diálogo, Hagrid, o amigo de Harry, pergunta-lhe: “"Não é bruxo, hein? Nunca fez nada acontecer quando estava apavorado ou com raiva?” Mas um super-herói não deveria usar seus poderes para fazer o bem? Observe como as formas de Harry se vingar (por exemplo, atiçar uma cobra contra uma pessoa) não são de uma criança normal, mas sim de uma mente perversa. Se Harry e seus amigos são contra a magia negra, por que então usam seus poderes para arrombar caixas, roubar e jogar azar para as pessoas? Pergunte-se: se Harry é um herói, por que, em uma situação de risco, para poupar-se, ele manda seus amigos irem na sua frente para o perigo?

A Bíblia nos orienta a examinarmos tudo e a reter o bem (I Ts 5:21). Um olhar mais inteligente e crítico, concluirá que Harry Potter é, na verdade, um bruxinho malvado e egoísta e não um herói. São essas as referências de heróis que terão nossas crianças? Pense nisso não como um “trouxa”, mas como um sábio que discerne e seleciona o que é bom.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

História 25: A Profecia

A profecia
Depois de uma batalha espiritual entre anjos e demônios, uma profecia do fim dos tempos é revelada ao profeta Daniel.
Daniel 10:1-16;Daniel 12:1-13



No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada a Daniel uma profecia que envolveu um grande conflito espiritual. A profecia era difícil, mas um anjo a explicou a Daniel através de uma visão fantástica.

Antes de receber a profecia, Daniel ficou muito triste por três semanas e em constante oração. Possivelmente com a sensação de não estar sendo ouvido por Deus, Daniel sofreu grande angústia. Nesse tempo, ele não comeu alimento desejável, não bebeu vinho e não se ungiu com ungüento, o que representava cuidado com o corpo e estado de alegria.

Passadas as três semanas e, estando Daniel à beira do rio Tigre, de repente ele viu um ser fantástico que resplandecia como a pedra preciosa de berilo. O rosto do ser relampejava, os seus olhos eram como tochas de fogo, seus braços e pés brilhavam como bronze polido, suas vestes eram de linho e de ouro puro, e a sua voz era um estrondo, como se uma multidão estivesse falando ao mesmo tempo.

As pessoas que estavam com Daniel não viram a visão, mas ficaram tão apavoradas que fugiram e se esconderam. Já Daniel, ali sozinho, ficou pálido e enfraquecido diante da impressionante visão. Quando o ser fantástico, que era um anjo, começou a falar, Daniel desmaiou e ficou caído no chão.

O anjo tocou em Daniel e eis que ele tremia da cabeça aos pés. O anjo disse-lhe então que Deus ouviu a oração dele desde o primeiro dia em que se humilhou diante do Senhor buscando sabedoria. O anjo também disse a Daniel que veio em resposta às orações dele para trazer-lhe a profecia de um futuro distante. Mas o Príncipe da Pérsia, que era o anjo das forças do mal que estava por trás do comando da Pérsia, tentava impedir a entrega da profecia com dura resistência.

O Príncipe da Pérsia, junto com seus anjos aliados, isto é, os demônios, travaram uma grande batalha contra o anjo mensageiro de Deus. Miguel, o anjo guerreiro do céu, vendo o anjo mensageiro sozinho na luta, saiu em sua defesa. Depois de vinte e um dias, o anjo mensageiro, com a ajuda da força guerreira de Miguel, venceu a tenebrosa batalha contra os anjos do mal.

Vencida a primeira batalha contra o príncipe da Pérsia, o anjo mensageiro tocou em Daniel e o fortaleceu dizendo: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte.

O anjo mensageiro disse a Daniel que voltaria a lutar contra o Príncipe da Pérsia e que depois viria o Príncipe da Grécia, que é o mesmo anjo representante das forças do mal, mas agora sob o comando da Grécia. O anjo mensageiro garantiu, no entanto, que enfrentaria as batalhas de ordem espiritual ao lado de Miguel e que a profecia de verdade seria revelada a Daniel.

A profecia revelada pelo anjo foi selada nos capítulos 10 a 12 do livro de Daniel. As palavras finais dessa profecia anunciaram que, nos tempos do fim, Miguel se levantaria pelo povo de Deus e que seria esse um tempo de grande angústia. Muitos correriam de uma parte para a outra e a ciência cresceria muito. Mas todo aquele que fosse achado escrito no livro de Deus seria salvo. Assim, aqueles que estavam mortos ressuscitariam uns para a vida eterna e outros para o castigo eterno.

E foram estas as últimas palavras do anjo mensageiro a Daniel: “vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias”. Quem entender, entenda o que diz a sagrada profecia até hoje.

Leituras sugeridas

Dn 10:1-16 - A batalha espiritual antes da revelação da profecia
Dn 12:1-13 - A profecia do fim dos tempos
Ap 12:7-12 - Batalha entre o anjo Miguel e Satanás
Mt 24:4-14 - Jesus anuncia como será o fim dos tempos
Ef 6:11-18 - Armadura de Deus para a batalha espiritual

Reflexão
O cristão e a batalha espiritual



A batalha espiritual refere-se ao conflito entre Satanás, que é aquele que se opõe a Deus, e os filhos de Deus, que são os anjos e os homens.

Infelizmente, sobre o tema batalha espiritual, os cristãos, em geral, posicionam-se em dois extremos opostos: ou dão pouca importância ou dão importância excessiva. No primeiro extremo, alguns chegam a negar a ação de demônios no plano terreno. Já, no segundo extremo, há uma supervalorização dos ataques demoníacos e das ações de defesa contra esses ataques.

Nesse último caso, os cristãos preocupam-se mais em se proteger contra Satanás do que se orientar por Jesus guardando e vivendo os seus mandamentos.

O cristão deve sempre dar importância maior a Jesus em tudo. Mas também deve estar atento aos ataques de Satanás para fazê-lo cair e até mesmo para destruí-lo. A Bíblia, dessa forma, orienta-nos a vigiar porque o diabo, nosso adversário, anda em nosso derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Pe.5:8).

Para vencer Satanás, o primeiro passo é não dar lugar a ele (Ef 4:27). Para isso, é necessário fechar as portas pelas quais ele entra. Essas portas são os pecados e, principalmente, os da idolatria, de envolvimento com práticas ocultistas, da falta de perdão, do ódio e de uniões sexuais ilícitas. Não há comunhão entre luz e trevas(II Cor 6:14 ), por isso o cristão tem que lutar contra o pecado (Rm 6), renúnciá-lo e arrepender-se, para que Satanás perca espaço e Deus não se ausente da vida de uma pessoa.

Para combater os príncipes das trevas, é preciso estar revestido da armadura de Deus composta pelo capacete da salvação, pela couraça da justiça, pelas vestes da verdade, pela espada da palavra de Deus, pelo escudo da fé e pelos calçados da preparação no evangelho (Ef 6:10-20). Vestir essa armadura e estar sempre em alerta, isto é, em oração, é estar em Cristo e, estando em Cristo, nenhuma condenação há. Assim, por Cristo, é-nos dada a vitória na batalha espiritual contra Satanás.

sábado, 23 de julho de 2011

História 24: A sentença da mão misteriosa

A sentença da mão misteriosa
No meio do grande carnaval do rei Belsazar, uma mão misteriosa escreve na parede a seguinte sentença: “MENE, MENE, TEQUEL e UFARSIM”.
Daniel 5:1-30


No tempo em que os judeus viviam sob o cativeiro da Babilônia, o rei em exercício da Babilônia, Belsazar, para ficar bem entre as pessoas mais importantes da corte real, promoveu uma grande festa que reuniu mil autoridades da Babilônia.

A festa do rei Belsazar foi um verdadeiro carnaval regado a muito vinho e celebrado com prazeres e idolatria. O rei, já eufórico pelo efeito da grande quantidade de vinho que bebeu, teve a ideia de servir vinho aos seus convidados com os copos de ouro e de prata que Nabucodonosor saqueou do templo do Senhor quando levou os judeus em cativeiro.

O rei Belsazar, as suas mulheres e amantes, assim como todos os convidados, beberam vinho em abundância nos utensílios do tesouro da casa do Senhor. Além disso, com as coisas santas da casa de Deus, os foliões da festa do rei Belsazar começaram a render louvores aos deuses de ouro, prata, ferro e até de pedra que eram adorados na Babilônia.

E eis que sendo já alta noite na festa profana do rei Belsazar e estando os foliões embriagados pelo vinho, apareceram os dedos de uma mão humana sem braço escrevendo na parede do palácio real.

A mão firmemente escreveu uma sinistra mensagem que silenciou a folia daquela festa de carnaval. O rei Belsazar, vendo a mão escrevendo na parede, ficou transtornado de tal forma que os seus joelhos bateram um no outro de tanto pavor.

Fora de si, sem entender aquela mensagem, o rei ordenou, aos gritos, que chamassem os astrólogos, os adivinhadores e os sábios da Babilônia para decifrarem aquela mensagem.

Quando os astrólogos, os adivinhadores e os sábios chegaram diante do rei, eles não foram capazes de ler as palavras escritas pela mão misteriosa e muito menos de interpretá-las.

A rainha, vendo a preocupação do rei, disse a ele que existia no reino da Babilônia um judeu chamado Daniel, a quem o rei Nabucodonosor constituiu chefe de todos os sábios da Babilônia.

Quando Daniel chegou ao palácio, o rei Belsazar disse a ele que tinha ouvido falar da sua sabedoria excelente e do seu dom divino de interpretar sonhos e enigmas. O rei então prometeu a Daniel presentes, honras e a terceira posição no reino da Babilônia. Daniel, porém, consciente de que um dom é para glorificar a Deus, disse ao rei que ele ficasse com os presentes ou que os desse para outra pessoa.

Daniel começou a interpretação da mensagem dizendo ao rei que Deus lançou-lhe uma sentença por causa da sua afronta em usar os utensílios da casa de Deus em uma festa carnal e idólatra e por não ter glorificado o Senhor no seu reino. Daniel prosseguiu dizendo ao rei que as palavras escritas pela mão na parede do palácio eram “MENE, MENE, TEQUEL e UFARSIM“ e que esta era a interpretação da mensagem: MENE quer dizer “O teu reino acabou”; TEQUEL significa “Pesado foste na balança e foste achado em falta”; PERES (que é o plural de UFARSIM) significa “Dividido foi o teu reino entre os povos medos e persas”.

Ao ouvir a sua sentença, o rei Belsazar só teve tempo de dar presentes e honras a Daniel e constitui-lo o terceiro maior na Babilônia. Naquela mesma noite, o rei Belsazar caiu morto e o império da Babilônia foi tomado por Dario, o medo, conforme as palavras de Daniel.

Leituras sugeridas

Dn 5:1-31 - A história da mão misteriosa
Gl 6:7 - Deus não se deixa escarnecer


Reflexão

O que os astros não dizem


Desde a antiguidade, a astrologia exerce forte influência na vida das pessoas por oferecer previsões para o futuro com base nos astros do céu. Essa influência é tão forte que praticamente qualquer pessoa sabe dizer o seu signo e a grande maioria dos jornais trazem horóscopos que são lidos fielmente todos os dias. Muitas pessoas, inclusive, tomam decisões por horóscopos e se orientam por conselhos de astrólogos.

Embora se afirme que a astrologia é ciência, isso não é verdade, pois o seu conhecimento é fundamentado em observações, adivinhações e crenças, mas não em evidências experimentais.

A verdadeira ciência trata a astrologia como uma superstição e a desautoriza. Os próprios astrólogos não têm um consenso entre si sobre as previsões que fazem, pois, em vez de convergirem para uma verdade comum, divergem em suas opiniões. Dessa forma, se a astrologia fosse de fato ciência, as previsões sobre o futuro sobre uma mesma coisa deveriam ser coincidentes ou pelo menos próximas, mas nunca divergentes.

A Bíblia também reprova a astrologia e qualquer prática de adivinhação do futuro (Dt.18:9-11). Dessa forma, quem faz previsões pelos astros e quem nelas põe a sua fé desperta a ira de Deus. Além disso, dar crédito ao que os astros dizem é idolatria, porque se uma pessoa vê o seu futuro pela ótica da astrologia e por ela se orienta, ela dá o controle de suas decisões e da sua vida aos astros e não a Deus. Assim, ela honra mais a criatura do que ao seu criador e comete idolatria.

O que os astros não dizem é que eles estão sobre o controle de Deus. E se os astros não têm controle sobre si mesmos, como podem ditar o que será da humanidade? Dessa forma, a astrologia é inútil porque não pode impedir o que Deus determina (Is 47:13-14). Deus está sempre no controle porque dele e por ele são todas as coisas (Rm 11:36).

sábado, 16 de julho de 2011

História 23: O mistério dos defuntos egípcios

O mistério dos defuntos egípcios
Cai a décima praga contra o Egito e defuntos dos primogênitos aparecem nas casas que não têm marcas de sangue nos umbrais das portas.
Êxodo 11:1-10; 12:29-34


A terra do Egito havia sido ferida por nove pragas que assombraram sobremaneira os egípcios. Em poucos dias, os egípcios viram fenômenos como a incrível transformação das águas em sangue, milhares de rãs pulando pela cidade, piolhos de montão nos homens, sarna nos animais, nuvens de moscas e de gafanhotos, apagões e até chuva de pedras com fogo. Mas, para convencer de vez o rei do Egito, o Faraó, a libertar os israelitas, Deus prometeu fazer cair sobre o Egito a décima praga, que foi a mais tenebrosa de todas as pragas.

Quando aparentemente a paz repousava sobre o Egito, eis que no silêncio da meia-noite, ouviram-se gritos de dor e horror em todas as casas. Faraó, seus servos e todos os egípcios acordaram com o alarde de pânico, desespero e choro que abalou todo o Egito.

Chegando a meia-noite daquela pavorosa noite, um destruidor visitou as casas dos egípcios e nelas deixou um rastro de morte. Houve então um grande clamor no Egito qual nunca houve e nunca mais haverá, pois em cada família egípcia chorava-se o defunto do filho mais velho.

Mas, enquanto entre os egípcios ouviam-se gritos e choros de lamentação, na parte do Egito onde residiam os israelitas, não se ouviu sequer um latido de cão.

Curiosamente, nas casas dos israelitas havia marcas de sangue de animal nos umbrais das portas. As casas que tinham essas marcas não foram visitadas pelo destruidor. Por isso, todos os primogênitos dos israelitas foram poupados da morte pelo Senhor Deus.

O mistério dos defuntos egípcios já tinha sido revelado a Faraó antes da morte em massa dos primogênitos. O Senhor avisou a Faraó, através de Moisés e Aarão, que se os israelitas não fossem libertos, os primogênitos das famílias egípcias, desde a casa de Faraó até as casas dos criados, morreriam todos, como também todos os primogênitos dos animais. Mas Faraó não deu ouvidos ao aviso da parte do Senhor.

Quando Faraó entendeu que a morte dos primogênitos era a décima praga enviada por Deus pressionando-o a deixar os israelitas saírem do Egito, ele chamou Moisés e Aarão. Dessa vez, porém, o coração de Faraó não se endureceu diante dos sinais do Senhor. Ao ver o defunto do próprio filho, Faraó sabia que se ele resistisse ao Senhor, coisas piores viriam sobre o Egito e sobre a sua própria casa. Por temor, Faraó então disse a Moisés e a Aarão que saíssem o mais rápido possível do Egito junto com todo o povo de Israel e com tudo o que eles possuíam para servirem ao Senhor bem longe do Egito. Faraó também pediu que Moisés e Aarão o abençoassem, o que talvez traria a ele alívio dos últimos sofrimentos e da dor de perder o seu filho mais velho.

Os egípcios, ainda aterrorisados com a décima praga e temendo uma décima primeira praga, diziam que se o povo de Israel ficasse no Egito, todos os egípcios seriam mortos. Por isso, eles ajudaram os israelitas a saírem do Egito e os apressaram para irem embora logo.

Assim, a décima praga foi para sempre lembrada entre os judeus, pois, depois da morte dos primogênitos egípcios, Faraó libertou os israelitas da escravidão e os deixou sair do Egito. Como memorial da milagrosa saída do Egito, os judeus passaram a comemorar a Páscoa.

Leituras sugeridas
Ex.4:21-23 - antes mesmo de todas as pragas, a morte do primogênito de Faraó foi anunciada.
Ex.11:1-10 - Faraó é avisado que os primogênitos do Egito morreriam se ele não libertasse os israelitas da escravidão.
Ex.12:11-14 - A praga da morte dos primogênitos não atingiria as casas dos israelitas que tivessem marcas de sangue nos umbrais das portas.
Ex.12:29-34 - A morte dos primogênitos
Ex.12:37-42 - A saída do Egito e a páscoa
Hb.11:24-28 - Pela fé, Moisés liderou o povo de Israel e, pela fé, eles saíram do Egito.


Reflexão
Superstições que anunciam morte


Diz a lenda popular que quando uma coruja branca, a rasga-mortalha, pia com um som parecido com o rasgo de seda, alguém próximo do local onde ela cantou morrerá. Outra crença popular afirma que quando alguém sente cheiro de flores, sem haver flores por perto, é um anúncio da chegada de um defunto.

Lendas como essas que saem da imaginação do povo, em geral, surgem de fatos que evidentemente não têm relação entre si, mas que por coincidência, e somente por coincidência, aconteceram simultaneamente. Por exemplo, a lenda da cegonha vem da coincidência de uma população de bebês de um local aumentar quando cegonhas começaram a povoar esse local. De fato, houve o aumento de bêbes com a chegada das cegonhas e, por isso, as pessoas começaram a acreditar que as cegonhas é que traziam os bebês. No entanto, as cegonhas começaram a povoar o local depois que pessoas do local se casavam e construíam as suas casas. O que atraía as cegonhas para o local, na verdade, era o abrigo nos telhados das casas. Por coincidência, os bebês nasceram depois que elas se instalaram nos telhados das casas.

Dessa forma, mais do que coincidências, as pessoas devem buscar relações fortes e verdadeiras entre as coisas que acontecem antes de fazerem vãs previsões. Não é porque uma coruja cantou e uma pessoa morreu, e isso até se repetiu algumas vezes, significa que sempre que uma coruja cantar alguém vai morrer.

A Bíblia reprova os agoureiros, isto é, aqueles que anunciam coisas ruins sem qualquer fundamento de verdade (Dt.18:10-14). Em Jr.10:2, diz o Senhor: “...não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais do céu, porque com eles se atemorizam as nações”. Portanto, não dêem crédito a corujas, corvos, gatos, flores e outras coisas que anunciem morte , e nem tenham medo delas. O futuro a Deus pertence. Anunciem, portanto, a palavra de Deus como única verdade para o futuro.

sábado, 9 de julho de 2011

História 22: A múmia de Betânia

A múmia de Betânia
Para a glória de Deus, Jesus ressuscita uma “múmia” de quatro dias e muitos judeus crêem nele como o enviado de Deus.
João 11:1-45


Na aldeia de Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém, moravam os irmãos Marta, Maria e Lázaro, que eram muito amigos de Jesus. As duas irmãs andavam preocupadas com Lázaro porque ele estava muito doente. Vendo elas que a doença do irmão se agravava cada vez mais, mandaram avisar a Jesus que o seu amado amigo estava enfermo. As duas irmãs sabiam que Jesus tinha poder para fazer milagres e criam nele como a última esperança de salvar a vida de Lázaro.

Jesus, ao receber o recado de Marta e Maria, disse que a enfermidade de Lázaro não era para a morte, mas para a glória de Deus.

Mesmo sabendo que Lázaro estava prestes a morrer, Jesus ainda esperou tranqüilamente dois dias no lugar onde estava. Só depois decidiu voltar para a Judéia. Jesus disse aos discípulos que ia despertar Lázaro do seu sono. Os discípulos, sem noção, entenderam que Jesus falava que Lázaro estava dormindo e, por isso, estaria ele a salvo. Jesus, porém, direto e claramente, disse aos discípulos que Lázaro estava morto.

Quando Jesus chegou à Betânia, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. E, sabendo Marta que Jesus chegava, foi ao encontro dele. Maria, porém, ficou em casa, junto com os muitos judeus que choravam com ela a morte de Lázaro.

Desconsolada, Marta disse a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus disse a ela que Lázaro haveria de ressuscitar. Marta creu em Jesus, mas pensou que ele estivesse falando da ressurreição do último dia, isto é, do fim dos tempos.

Depois de ser consolada por Jesus, Marta chamou Maria para que ela também fosse falar com o mestre. Maria saiu imediatamente e foi ver Jesus. Ao encontrá-lo, Maria prostrou-se aos pés dele e disse as mesmas palavras de Marta: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, vendo Maria com uma aparência tão triste a chorar pelo seu irmão e também os judeus chorando junto com ela, humanamente muito se comoveu. Ao se dirigir ao sepulcro de Lázaro com Marta, Maria e os judeus que as acompanhavam, Jesus não conseguiu se conter e chorou por seu amigo Lázaro. Os judeus viram que Jesus realmente amava a Lázaro, mas questionaram entre si por que ele, que curou cegos e fez tantos milagres, não curou o próprio amigo.

Quando chegou à caverna onde estava o corpo de Lázaro, Jesus pediu que retirassem a pedra que fechava a caverna. Marta disse ao mestre que o defunto já fedia, pois já era de quatro dias. Jesus, porém, disse a Marta: não te disse eu que se cresses verias a glória de Deus? Em seguida, tiraram a pedra do sepulcro. Jesus, então, levantou os olhos para o céu e deu graças a Deus por ouvi-lo. Jesus fez essa oração diante de todas aquelas pessoas para que elas, ao verem o grande milagre que abalaria a aldeia de Betânia, reconhecessem que Deus o enviou.

Ao terminar a oração, Jesus em alta e poderosa voz clamou: Lázaro, sai para fora! As pessoas que ali estavam provavelmente acharam aquilo uma afronta à dor e ao luto da família de Lázaro.

Mas, inacreditavelmente, Lázaro despertou da morte, levantou-se e, como uma múmia, todo enrolado em faixas, caminhou lentamente e apareceu à porta do sepulcro surpreendendo a todos que o viram. Jesus, então, pediu que tirassem as faixas de Lázaro e o deixassem ir. Ao verem o fabuloso milagre da única “múmia” do mundo que voltou à vida, muitos judeus creram em Jesus como o enviado de Deus.

Leituras sugeridas: João 11:25

Para meditar

As pessoas de Betânia questionaram por que Jesus não curou Lázaro e o deixou morrer. Mas, para a glória de Deus, Jesus mais do que curar, ressuscitou Lázaro. Nos dias de hoje, as pessoas perguntam por que Deus permite que coisas ruins e até a morte aconteçam com pessoas boas e seguidoras dele. Que resposta você daria para responder a essa pergunta?


Reflexão

A mumificação, a reencarnação e a ressurreição: qual dará vida pós-morte?

Uma múmia é um cadáver preservado da decomposição por ação intencional ou natural. No Egito antigo, formavam-se cuidadosamente por vários dias as múmias dos Faraós, que eram os reis-deuses do Egito. Já os “plebeus” do Egito eram enterrados em sepulturas em que as condições ambientais de deserto favoreciam a mumificação natural dos defuntos.

A mumificação artificial ou intencional de um cadáver consistia essencialmente em retirar os órgãos do defunto para evitar a deterioração, purificar o corpo com óleos aromáticos e com água do rio Nilo, embalsamar o defunto e, por fim, enrolá-lo em faixas. Depois disso, as múmias eram guardadas em sarcófagos, que eram luxuosos túmulos. Os egípcios acreditavam que a mumificação, seja ela natural ou artificial, preservava o corpo para que ele recebesse uma nova alma, isto é, uma nova vida. No entanto, muitos anos se passaram e nunca se viu uma múmia voltar à vida. Todos os Faraós permanecem mortos esperando suas almas em seus luxuosos sarcófagos.

Ainda sobre a vida após morte, há aqueles que crêem na reencarnação. Embora haja quem afirme haver evidências de pessoas que reencarnaram, não há provas e muito menos testemunhas que provem que alguém tenha morrido e voltado à vida em outro corpo.

Jesus, porém, ao ressuscitar vários defuntos e a si mesmo, diante de várias testemunhas, mostrou que a ressurreição é uma possibilidade real de vida após a morte para todo que nele crê. Mais do que isso, Jesus afirmou ser ele mesmo a ressurreição e a vida (Jo 11:.25), isto é, a única esperança de vida eterna verdadeiramente feliz. Ninguém pode oferecer mais do que Jesus, pois ninguém mais, além dele e dos que por ele foram ressuscitados, voltou da morte para a vida para dizer o que será de nós quando findar o labor desta vida.

sábado, 2 de julho de 2011

História 21: A corcunda da sinagoga

A corcunda da sinagoga
Na sinagoga, Jesus cura uma mulher corcunda em pleno sábado.
Lucas 13:10-17
Em um certo dia de sábado, Jesus estava em uma sinagoga ensinando as pessoas que lá o assistiam. Os sábados eram sempre dias de grande movimento nas sinagogas, pois o sábado para os judeus era dia de descanso e de adoração ao Senhor. Dessa forma, naquele dia na sinagoga, certamente havia uma multidão de pessoas ouvindo Jesus.

No meio de tantas pessoas, chamou à atenção de Jesus uma mulher que não fixava o olhar nele porque ela era uma corcunda. Há dezoito anos, essa mulher era oprimida por um espírito que se alojou em suas costas deixando-a sempre encurvada para o chão.

A vida de uma mulher corcunda nos tempos de Jesus não era fácil. Ser mulher na sociedade judaica já era ser quase nada e, com uma deficiência física, era como se ela não existisse socialmente. Além da exclusão social, muito provavelmente, a corcunda da sinagoga, pela evidência do seu defeito físico, foi vítima de escárnios (ou bullying) que a faziam sentir-se mais encurvada do que ela já estava condenada a ser.

A mulher encurvada talvez já fosse uma pessoa conhecida na sinagoga, não por quem era interiormente, mas pela deficiência que possuía. Jesus, porém, destacou aquela mulher no meio das pessoas não pelo seu defeito físico, mas pelo milagre que se faria na vida dela.

E eis que vendo Jesus a corcunda da sinagoga, chamou-a para que viesse até ele. Bem devagar, corcunda passou por entre as pessoas que ali estavam e dirigiu-se ao mestre. Ainda que naquela caminhada o seu defeito fosse ainda mais exposto para todas aquelas pessoas, a corcunda superou toda a vergonha que pudesse sentir e seguiu em frente. Ao chegar aos pés de Jesus, que eram só o que ela conseguia ver dele, a corcunda parou para ouvi-lo. Mesmo sem alcançar os olhos dela, Jesus disse-lhe: “mulher, estás livre da tua enfermidade”. Em seguida, Jesus impôs suas mãos sobre a mulher e imediatamente o espírito de enfermidade desalojou-se dela desentortando-a completamente.

A mulher, sentindo o alívio de quem retira das costas um grande peso, ergueu-se com toda leveza. Livre do espírito de enfermidade e da vergonha que a curvavam para o chão, aquela mulher, agora ereta e feliz, dava muitas glórias a Deus.

Mas como há sempre um estraga-festa, enquanto a mulher celebrava a sua maravilhosa cura, o príncipe da sinagoga, desviou a atenção das pessoas da mulher que foi curada para si mesmo. Indignado e cheio de si, o príncipe da sinagoga disse à multidão: seis dias há em que se deve trabalhar; venham, pois, nesses dias para serem curados e não no dia de sábado. Para aquele fanático religioso, era mais importante guardar o sábado do que salvar uma vida.

Jesus, porém, lançou no rosto do príncipe da sinagoga a hipocrisia da religiosidade do seu tempo, dizendo-lhe: vocês no sábado desamarram bois e jumentos e os levam para beber água e não iria eu soltar da prisão essa filha de Abraão que há dezoito anos Satanás mantém presa? Com essas palavras, Jesus calou o príncipe da sinagoga e envergonhou todos os fanáticos religiosos que ali estavam.

Ao curar a corcunda em um sábado, Jesus ensinou que acima de qualquer lei está o amor às pessoas. Mostrou aos religiosos que há sim seis dias para se curar, mas que não se pode perder o momento de salvar vidas e de amar, ainda que seja este momento em um sábado. Assim a multidão se alegrou pelo que Jesus fez e ensinou naquele dia.

Lc 13:10-17- A história da corcunda da sinagoga
Lc 6:1-5; Mt.12:1-8 - Jesus até do sábado é Senhor
Lc 6:6-11 -Jesus realiza outra cura no sábado e desafia os religiosos
Lv 21:18-24- Os corcundas eram excluídos do sacerdócio no santuário
Mc 2:16-17- Jesus combateu a exclusão social
Rm 13:10- o cumprimento da lei é o amor

Reflexão

Uma parada contra o preconceito: da lei que exclui para a graça que abraça


No dia 26 de junho de 2011, realizou-se em São Paulo a 15ª edição da Parada do Orgulho gay que levou cerca de quatro milhões de pessoas para a avenida Paulista. A parada teve como tema “"Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia". A manifestação teve como objetivos comemorar a legalização da união civil de homossexuais e levantar um clamor social contra a homofobia.

Há hoje no Brasil uma verdadeira batalha entre homossexuais e evangélicos quanto à questão da criminalização da homofobia. Independendo das interpretações que se dão a essa questão, homofóbicos, homossexuais e evangélicos devem no mínimo ter bom senso e humanidade em suas ações. Dessa forma, os “pitboys” devem respeitar as pessoas e racionarem que violência só gera violência. Os homossexuais devem entender que, para serem aceitos, não se combate homofobia impondo valores que a sociedade em geral não aceita. Já os evangélicos, não devem se assimilar aos fariseus que usam a lei para reprimir e excluir. Homofobia se combate com o amor ao próximo e não com repressões. Se os evangélicos erguem as bandeiras do cristianismo, deveriam fazer o que Jesus faria. E o que Jesus faria?

Jesus recebeu com amor os cobradores de impostos, mendigos, deficientes físicos, a mulher adúltera e outros pecadores. Todos eram excluídos socialmente. Jesus, porém, em vez de apontar-lhes o defeito ou o pecado, amou-os, abençoando-os com cura e graça. Por simples graça, sem repressões, ele levou pecadores ao arrependimento. Será que a mulher adúltera, depois de ouvir do mestre “nem eu te condeno”, voltaria a adulterar? Voltaria Zaqueu a roubar depois de ser aceito por Jesus? Quando as pessoas recebem a graça que abraça, elas espontaneamente podem mudar, porque o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:10).

sábado, 18 de junho de 2011

História 20: Agonia no Getsêmani

Agonia no Getsêmani
Jesus, ao aproximar-se de sua morte, entra em estado de agonia e começa a suar sangue.
Lucas 22:39-46; Mt 26:36-56


Depois de celebrar a ceia da sua última páscoa, Jesus foi com seus discípulos para o Monte das Oliveiras orar, como tinha o costume de fazer. Quando chegaram a um lugar chamado Getsêmani, ele disse aos seus discípulos para assentarem-se, pois ele se afastaria um pouco para falar com o seu Pai. Com a voz mansa e talvez quase a falhar de tristeza, Jesus chamou Pedro, Tiago e João, que eram seus discípulos mais próximos, para velarem com ele aquela que seria a última noite de sua vida. Jesus confessou-lhes que sua alma estava triste até à morte.

Orando no Getsêmani, Jesus sofreu antecipadamente toda a tensão de sua morte, que já começara naquela triste noite. Ele acabara de ser traído por um de seus discípulos e, tão logo, seria abandonado por todos outros. Ele já sabia que amanheceria o dia seguinte com o corpo surrado de chicotes, que seria cuspido, humilhado, coroado de espinhos e entregue nas mãos de gente cruel e ingrata. Logo, não haveria como Jesus não se preocupar com dia de amanhã e ter serenidade para dormir nessa forte tempestade que caía sobre a sua vida.

Jesus, ao pensar que no dia seguinte ele estaria sendo pregado com pregos que fariam suas mãos sangrar e sua alma gritar toda a dor possível de se sentir, começou a ter pavor.

Depois de afastar-se dos seus discípulos à distância de cerca de um tiro de pedra, Jesus pôs-se de joelhos e começou a orar ao Pai. Com todo o desespero de sua alma, Jesus, ali sozinho, pediu ao Pai que, se fosse possível, afastasse dele aquele cálice, isto é, a tormenta da cruz no dia seguinte. Mas consciente de que a sua morte seria a salvação da humanidade, Jesus rendeu sua vontade à vontade do Pai.

Naquele instante, apareceu a Jesus um anjo do céu para trazer-lhe o conforto de Deus. Mas, mesmo acompanhado do anjo, já em alta noite, Jesus sentiu toda a intensidade da sua morte. E entrando ele em estado de extrema agonia, começou a orar mais intensamente. O estresse emocional dominou-o até que da sua pele rebentou suor em grandes gotas de sangue que escorriam do seu corpo até o chão.

Tendo passado o estado de agonia, depois de orar, Jesus voltou para os seus discípulos e os encontrou dormindo de tristeza. Disse então Jesus a Pedro: nem uma hora pudeste velar comigo? Da mesma forma, dirigiu-se aos demais discípulos e disse-lhes: vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Jesus foi mais duas vezes orar ao Pai e, ao voltar para os seus discípulos, achava-os sempre adormecidos.

Depois de orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras, Jesus finalizou suas orações no Getsêmani certo de qual era a vontade de seu Pai e disposto a levar até o fim a sua dolorosa missão de morrer na cruz pelos pecados de toda a humanidade. Em seguida, Jesus dirigiu-se aos seus discípulos dizendo-lhes: Já basta! Dormi agora e descansai, pois já é chegada a minha hora. Nessa hora ele seria entregue nas mãos dos pecadores, a começar por aquele que o traiu. Depois disso, Jesus e os discípulos levantaram-se e foram-se. De repente, chegou Judas, o traidor, e saudou Jesus com o beijo que condenou seu mestre à morte. Os demais discípulos fugiram todos, deixando-o morrer sozinho.

Leituras sugeridas

Lc 22:39-46 - Agonia no Getsêmani, segundo Lucas.
Mt 26:36-46 - Agonia no Getsêmani, segundo Mateus.
Mt 26:46-56 - Jesus é traído, preso e abandonado por seus discípulos
Mc 14:32-42 - Agonia no Getsêmani segundo Marcos
Jo 18:11 - Jesus confirma que cumprirá a vontade do Pai
Jo 18:14 - Era necessário que alguém morresse por todo mundo.


Reflexão
O Judas que Lady Gaga não perdoou

Na sexta-feira santa do ano de 2011, a cantora Lady Gaga lançou o seu clipe “Judas” do álbum Born This Way. Em seus nada criativos monossílabos “Woah woah woah woah woah I'm in love with Juda-as, Juda-as”, Gaga homenageia Judas, o traidor de Cristo, tentando profanar o espetáculo da cruz.

Na verdade, o clipe de Gaga tenta ser mais um eclipse do espetáculo da cruz. E, sendo um fenômeno sem luz própria, coloca-se na frente de uma luz intensa para em vão ofuscá-la e também em vão se auto-acender. Alguns até param para ver um rápido eclipse. Mas, a verdadeira luz continua a brilhar intensamente, enquanto o eclipse sempre passa e tão-logo é esquecido.

Segundo a própria Lady Gaga, a mensagem do clipe é perdoar o Judas que existe em você para seguir adiante. Mas Gaga esqueceu de perdoar do verdadeiro Judas o recalque e o prazer de estragar o bom, o belo e o essencialmente sagrado.

Judas carregava em si um recalque político, como Gaga também demonstra carregar um recalque religioso. Judas queria uma revolução contra domínio romano e contava com Jesus para ser o líder de uma sedição. Jesus, no entanto, guerreou contra o pecado e defendeu o amor. Decepcionado e incapaz de amar a si, e aos outros e muito menos seus inimigos, Judas explodiu o seu recalque traindo Jesus. Da mesma forma, Lady Gaga explode o seu recalque nas aberrações artísticas de seus profanos shows.

Quando Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume preciosíssimo, Judas, que era ladrão, viu nesse gesto de tamanha beleza um desperdício (Jo 12:1-11). Maria foi para sempre lembrada pela sua excelente homenagem a Jesus. Mas Judas é lembrado como a mosca do precioso perfume, aquele que nada acrescenta, que só vampiriza e só estraga. Mas, mesmo traído, Jesus permanece de abraços abertos para receber, perdoar e amar todos os Judas que renascem em Lady Gaga e em muitas outras pessoas distantes e carentes da luz e do amor de Deus.

sábado, 11 de junho de 2011

História 19: A queda de Lúcifer

A queda de Lúcifer
O querubim de luz rebela-se contra Deus, é lançado do céu com os seus anjos seguidores, assume o poder mundial, é condenado ao inferno e tenta enganar os homens para levá-los à mesma condenação dele.
Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:13-17; Apocalipse 12:4-12


Antes do princípio, criou Deus um belíssimo jardim e lá colocou a mais perfeita e bela de todas as suas criaturas. O lindo jardim ficava no céu e a criatura perfeita não era Adão, mas sim Lúcifer, o querubim de luz. Assim formou Deus da luz do céu Lúcifer à sua imagem de glória e perfeição, colocando-o no jardim como a sua obra-prima.

Lúcifer acrescentava beleza ao jardim de Deus com a sua resplandecente luz e com a música que fazia soar de seus instrumentos musicais. Lúcifer excedia em formosura e sabedoria. O querubim de luz vestia-se com a preciosidade dos diamantes e naturalmente resplandecia como um sol. Por seu brilho próprio, era chamado por seu criador de “a estrela da manhã”. Lúcifer foi criado para ser perfeito e perfeito foi até que na sua mente nasceu o mal e nele se achou o pecado.

O orgulho de sua própria perfeição e o desejo de ser como Deus, fizeram Lúcifer rebelar-se contra o seu criador. Lúcifer dizia em seu coração que subiria ao céu e, acima de todas as estrelas de Deus, ergueria o seu trono. O querubim de luz começou a ofuscar-se quando o seu coração se encheu de soberba, voltando-se contra o domínio de Deus.

Houve uma grande batalha no céu entre Lúcifer e Miguel, o anjo guerreiro do céu. O belo querubim de luz assumiu a forma de um horroroso dragão e, junto com outros anjos rebeldes, batalhavam por um novo comando no céu.

Na batalha do céu, Lúcifer e seus anjos lutaram intensamente, mas não prevaleceram contra a força guerreira de Miguel e do seu exército. Derrotado, o lugar de Lúcifer não mais se achou no céu. Assim, o grande dragão e os anjos rebeldes foram derrubados do céu, precipitados na terra e condenados por Deus ao inferno.

Uma vez que Lúcifer não conseguiu estabelecer um novo reinado no céu, ele assumiu o comando do sistema mundial da terra, opondo-se a Deus. Lúcifer então passou a ser conhecido como Satanás, aquele que é adversário de Deus e acusador dos homens.

Lúcifer reapareceu na forma de uma serpente no Jardim do Éden, o paraíso criado por Deus na terra. No novo jardim de Deus, Lúcifer viu com inveja as novas obras-primas de Deus, o homem e a mulher, formados à imagem e semelhança do seu criador.

Recalcado, Lúcifer colocou em seu coração levar as criaturas humanas à mesma condenação que ele. Para destruir o homem e atingir Deus, ele usou desde o princípio a estratégia de enganar o homem e colocar no coração dele o desejo de ser igual a Deus. Satanás conseguiu enganar Adão e Eva fazendo-os pecar e cair junto com toda a raça humana. Ele também tentou fazer Jesus cair, oferecendo-lhe todo o poder na terra, mas Jesus não caiu, pois era aquele que venceria Lúcifer.

Nos dias de hoje, Lúcifer reaparece como um leão, que brama ao redor dos seres humanos o tempo todo buscando a quem possa tragar (I Pedro 5:9). Mas pelo poder do sangue do filho de Deus derramado na cruz, Satanás foi vencido e humanidade recebeu de Deus o perdão e a graça de ser salva da condenação destinada a Satanás e seus anjos. Isso porque Deus amou a humanidade de tal maneira que deu seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).

Leituras sugeridas

Is.14:12-15 - A queda de Lúcifer segundo o profeta Isaías
Ez.28:13-17 - A queda de Lúcifer segundo o profeta Ezequiel
Ap.12:4-12 - A batalha entre Lúcifer e Miguel
I Pe.5:9 - O diabo anda ao nosso redor bramando como um leão
Rm.8:1 - Nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus
João 3:16 - Através de Jesus Deus salva o homem de perecer na condenação do pecado

Reflexão

Um pacto por uma vida e um fim de Dorian Gray

No famoso clássico da literatura o Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, Dorian Gray, admirado com a beleza do seu retrato pintado com perfeição em uma obra de arte, disse com toda a sua alma: “Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!"

No livro, o desejo de Dorian Gray se realizou. Os anos se passaram e Dorian Gray permanecia jovem e belo conforme foi pintado no quadro. Mas a alma de Dorian Gray ficou na imagem do quadro.

Dorian Gray passou a levar uma vida de vaidade guiada pelo prazer e pela beleza enquanto a sua imagem no quadro, com o tempo, envelhecia-se, estragava-se e ganhava uma horrorosa aparência. A cada mal que Dorian fazia a si mesmo e aos seus semelhantes, um novo estrago brotava na pintura de seu retrato.

Dorian sempre jovem, belo e aparentemente feliz, não podia suportar olhar o horror da pintura do seu retrato. Ele tentou esconder a imagem para fugir da realidade de perdição da sua alma. Mas a imagem de sua alma roubava-lhe a paz. O quadro envelhecia e apodrecia cada vez mais até que, um dia, o quadro começou a sangrar, após Dorian cometer um crime. Desesperado, Dorian Gray tentou destruir o quadro, mas destruiu para sempre a sua própria alma.

Muitas pessoas seduzidas pelo desejo de poder, beleza, fama, prazeres e riquezas fazem pacto com o Diabo. O retrato de Dorian Gray é uma ilustração fiel daquilo que acontece com aquele que vende a alma para o Diabo. Mas, ao contrário do destino de Dorian Gray, há salvação para a alma do homem, pois a Jesus foi dado todo o poder no céu e na terra para derrotar o Diabo e salvar o homem da condenação do pecado, desde que ele creia em Jesus e se arrependa dos seus pecados.

sábado, 4 de junho de 2011

História 18: A mãe dos cadáveres

A mãe dos cadáveres
A comovente história de uma mãe que dia e noite protegeu os cadáveres de seus filhos para não serem devorados por aves e animais selvagens.
II Samuel 21:1-14

No tempo em que Davi reinava em Israel, uma severa fome se estendeu por três anos consecutivos nas terras de Israel. Preocupado com a situação da sua terra, o rei Davi resolveu perguntar ao Senhor Deus por que a terra que manava leite e mel padecia de grave fome.

O Senhor respondeu a Davi que era por causa da casa sanguinária do antigo rei de Israel. O rei Saul e a sua casa cometeram muitos crimes e, mesmo ele já estando morto, o que ele e sua casa fizeram ainda incomodava o Senhor, principalmente, porque ele matou os gibeonitas.

Os gibeonitas eram estrangeiros que habitavam entre os filhos de Israel porque Josué fez uma aliança com eles de dar-lhes proteção de vida e , em troca, eles trabalhariam como servos dos israelitas (Josué 9:16-27).

Davi chamou os gibeonitas e perguntou-hes o que poderia ser feito para reparar todo o mal que o rei Saul lhes havia feito. Os gibeonitas disseram a Davi que não tinham intenção de matar qualquer pessoa em Israel, mas pediram sete filhos de Saul para serem enforcados em Gibeá.

Davi atendeu o pedido dos gibeonitas, no entanto, poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, que era muito amigo de Davi.

Para serem enforcados pelos gibeonitas, o rei Davi escolheu os dois filhos de Rispa, que era concubina de Saul, e os cinco filhos de Merabe, filha de Saul.

Os filhos e netos de Saul escolhidos foram levados pelos gibeonitas e foram enforcados no monte Gilboa perante o Senhor.

Depois que aqueles sete homens foram enforcados, os corpos ficaram pendurados ao ar livre. E sucedeu que vendo Rispa, a mãe de dois dos enforcados, que os cadáveres estavam abandonados, tomou um pano de saco e fez um abrigo sobre uma rocha. Com grande tristeza no coração, Rispa permaneceu sozinha naquela fria rocha por vários dias vigiando os corpos de seus filhos e dos outros enforcados, até o dia em que as chuvas de outono caíram sobre aqueles corpos mortos.

Todos os dias, incansavelmente, Rispa impedia que as aves e os animais selvagens se aproximassem dos cadáveres pendurados. De dia, ela afugentava as aves e, de noite, os animais selvagens. Ali no monte, sozinha com aqueles cadáveres, afugentando os animais, Rispa tentava também afugentar a dor de perder seus filhos. Até que os corpos entrassem em total decomposição, aquela inconsolável mãe abandonou sua rotina e seus afazeres para fielmente velar e proteger os restos mortais de seus filhos e de seus parentes.

O rei Davi muito se comoveu ao saber o que Rispa havia feito pelos cadáveres e, por isso, ordenou que se enterrassem decentemente os ossos de Saul, de seu filho Jônatas e dos sete enforcados .

As águas de outono e o choro de Rispa que se derramaram em abundância naquele monte, onde desfaziam-se sete cadáveres, sinalizaram a paz de Deus com a terra, pois a fome chegara ao fim.

A homenagem de Rispa aos sete cadáveres foi reconhecida pelo rei Davi e perpetuada nas páginas sagradas da Bíblia como memorial de um amor sem fim, que é o amor de mãe.

Leituras sugeridas

II Sm.21:1-14 - A história de Rispa
Js 9:16-27 - Por que os gibeonitas habitavam entre os israelitas
Is.49:15 - O amor de Deus supera o amor de mãe
Pv.31:10 - Mãe, uma mulher virtuosa


Reflexão
Amor e dor de mãe


O curso natural da vida deveria ser pai e mãe morrerem antes de seus filhos. Se assim fosse, pais seriam poupados da insuportável dor de perder um filho, isto é, de perder a melhor parte de si mesmos. Um pai e, principalmente, uma mãe dão a vida para que um filho não pereça qualquer mal.

Infelizmente, muitas mães têm sofrido ao perderem seus filhos para as drogas e para a violência sem limites. Todos os dias os noticiários exibem os cadáveres de jovens e adolescentes caídos em calçadas vítimas da violência quase sempre precedida por consumo ou tráfico de drogas. Mas, o pior dessas cenas é sempre o desespero de mães que choram amargamente os corpos mortos de seus filhos. As mães desses cadáveres herdam para sempre a insuportável dor de perder seus filhos. O tempo até ameniza tamanha dor, mas nunca a repara.

Certa vez, Satanás disse para Deus: “Pele por pele. Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida” (Jó 2:4). Um homem não conhece tanto o valor de sua vida quanto a própria mãe que o gerou, pois ela tudo quanto tem dará pela vida dele. Isso inclui noites de sonos, bens materiais, o sossego e até a própria vida para salvar a vida de um filho.

Ainda que um homem seja a pessoa mais odiada do mundo, ainda assim ele será amado por sua mãe. Ainda que ele seja o pior dos marginais, ela sempre o amará e acreditará na redenção de seu filho.

Quem entender a profundidade do amor de mãe, entenderá o mínimo do amor de Deus. Uma mãe faz tudo pelo seu filho, mas não pelos filhos das outras mães. O amor de Deus supera o amor de mãe pois ele sofre pela perda de qualquer ser humano e estende o seu imenso amor até para aqueles que mataram o seu filho mais amado. E ainda que a mãe se esqueça do seu filho, Deus não se esquecerá de nós (Isaías 49:15). Esse é o amor maior, esse é o amor de Deus.

domingo, 29 de maio de 2011

História 17: A casa dos espíritos

A casa dos espíritos

Um espírito imundo, acompanhado de mais sete espíritos piores do que ele, ocupam uma casa vazia e fazem grande estrago.

Lucas 11:24-28

Um espírito imundo ocupou uma casa por algum tempo. Ele entrou na casa porque as portas estavam abertas e a casa estava vazia. A pessoa que estava responsável por essa casa deixou de vigiá-la e a abandonou à própria sorte. O espírito se alojou na casa e de lá não saiu até que o próprio dono da casa o expulsasse. O espírito imundo não era bem-vindo àquela casa porque, sendo imundo, deixava a casa sempre suja e em grande desordem. O estado de imundícia e de bagunça da casa dava grande prazer ao espírito imundo. O maior divertimento dele era ter liberdade de fazer o que quisesse dentro da casa e lhe causar todos os tipos de danos até destruí-la.

O espírito imundo já havia ocupado aquela casa como se fosse propriedade dele. Porém, certo dia, o dono da casa, vendo que sua casa estava sendo depredada, expulsou o espírito imundo de lá com o seu poder e autoridade de verdadeiro dono da casa. Com muita resistência, o espírito imundo saiu da casa. Mas antes de deixá-la, ele depredou tudo o que pôde dentro da casa como uma forma de retaliação à sua expulsão.

O dono da casa conseguiu despejar o espírito imundo, mas sofreu muito em ver o estado de destruição em que a sua casa estava. Mas mesmo assim, ele estava disposto a reconstruí-la.

Depois de algum tempo, enfim, o dono da casa terminou a obra e a sua casa ficou nova, limpa e muito bem arrumada. Satisfeito com o trabalho que fizera, o dono voltou para a casa do seu pai e entregou a sua casa para a mesma pessoa que antes a vigiava.

Infelizmente, a pessoa encarregada de vigiar a casa foi negligente. Ela deixou mais uma vez a casa vazia com as portas abertas.

O espírito imundo, depois que foi expulso da casa onde estava alojado, começou a andar por lugares secos em busca de repouso. Depois de perambular por muitos dias e já cansado de buscar e não achar repouso, o espírito imundo disse para si mesmo: o melhor a fazer é voltar para a casa de onde saí. Assim, o espírito imundo deu meia-volta e fez o caminho de retorno a sua antiga e imunda residência.

Para grande surpresa do espírito imundo, a antiga casa estava com um lindo visual, mais espaçosa, limpa e perfeitamente arrumada. O espírito muito se alegrou, pois agora ele poderia fazer maior estrago.

Como se fosse celebrar uma grande festa, o espírito imundo saiu e trouxe consigo sete convidados, que eram sete espíritos mais imundos do que ele, pois eram verdadeiros espíritos de porcos.

Ao chegarem à casa nova, os sete espíritos de porcos e o espírito imundo lá se instalaram e fizeram uma verdadeira bagunça. Em poucos dias, o estado daquela casa, que deu tanto trabalho para ser reconstruída, tornou-se pior do que quando era habitada apenas pelo espírito imundo. A casa ficava cada vez mais imunda e, se o dono não fosse chamado a tempo, tão logo seria totalmente destruída pela zorra total dos espíritos imundos.

Essa história foi contada por Jesus a uma grande multidão para ensinar como os espíritos demoníacos agem na vida de um homem. A casa é a mente do homem, o dono da casa é Jesus e a pessoa responsável pela casa é o próprio homem. Jesus ensinou que a mente vazia com portas abertas facilita a entrada de demônios e dá a eles o comando de uma vida. Jesus também alertou que aquele que já foi salvo e volta para a vida antiga de pecados caminha para a destruição.


Entenda a história

(1) A Casa = Mente do homem

(2) Casa com portas abertas = Mente com pecados

(3) Casa vazia = Mente sem a palavra de Deus

(4) Dono da casa = Jesus

(5) Responsável pela casa = Homem

(6) Destruição = ação de demônios


Leituras sugeridas

Mt.12:43-45 - A casa dos espíritos imundos na versão segundo Mateus
II Pe 2:20-22 - Retornar à vida de pecados é voltar à lama e ficar em estado pior
Mt.10:1 - Jesus dá poder aos discípulos para expulsar espíritos imundos
Ef.6:12-17 - como proteger-se dos espíritos imundos
Pv.4:23 - Do coração (mente) procedem as saídas (decisões) da vida.


Reflexão


Espíritos zombeteiros e Poltergeist não são de brincadeira

(Veja o epsódio dos espíritos zombeteiros em: http://www.youtube.com/watch?v=QSR-Xw6DPVI&feature=related )

Um dos repetidos episódios da série de televisão humorística mexicana Chaves apresentou uma sessão tosca e cômica de uma comunicação com espíritos zombeteiros.

No final desse episódio, a Bruxa do 71 disse: “Foi bobagem. Porém eu já me convenci de que isso não é verdade. E que somente as pessoas ignorantes podem acreditar em mortos que aparecem ou em coisas semelhantes.”

O episódio não está sendo mais exibido e acredita-se que foi censurado por causa dessa afirmação ofender crenças religiosas ou pelo seu conteúdo impróprio do episódio para crianças.

A "Bruxa do 71" tem razão ao afirmar ser ignorância acreditar que os espíritos dos mortos aparecem. Pois na verdade não são os espíritos de mortos, mas sim demônios disfarçados. Isso é simples de compreender. Deus proíbe a prática de consultar mortos (Dt.18:10-11). A Bíblia também diz que quando uma pessoa morre o espírito volta para Deus que o julgará (Ec.12:7;Ap.20:12). Como a Bíblia proíbe consultar mortos e os mortos não sabem de coisa alguma (Ec.9:5), quem são os espíritos dos mortos com quem algumas pessoas afirmam conversar? Sim, são os demônios que se fazem passar por espíritos dos mortos. Lembre-se que Satanás engana desde o princípio e continua enganando para destruir vidas e afastá-las de Deus. Deus, portanto, proíbe a consulta aos mortos para não sermos vítimas das ações de demônios.

Não acredite que os espíritos zombeteiros e os poltergeist são espíritos brincalhões inofensivos. Isso não é verdade, porque espírito zombeteiro é aquele zomba e poltergeist é um fenômeno de perturbação. Satanás “brinca” para chamar à atenção, enganar e depois destruir. Não consulte demônios e nem “brinque” com eles. Siga a Bíblia!

História 16: As mães canibais

As mães canibais
Em tempo de extrema fome na terra de Samaria, duas mães combinam de cozinhar e comer os próprios filhos.
II Reis 6:24-33



No tempo em que Jorão reinava em Israel, Ben-Hadade, rei da Síria, cercou todas as terras de Samaria com suas tropas. Por ter suas fronteiras fechadas pela Síria, começou a faltar recursos dentro da cidade de Samaria. Como o comércio havia enfraquecido e a cidade estava desabastecida de recursos, até o que não tinha qualquer valor começou a ser vendido por alto preço. Em pouco tempo, faltava tudo na cidade e Samaria foi abalada por uma gravíssima fome. A situação ficou desesperadora tanto para ricos quanto para pobres. Em Samaria vendia-se até cabeça de jumento por oitenta peças de prata. Já a fome supervalorizou até as fezes de pombos, que eram vendidas por cinco peças de prata cada duzentas gramas.

Mas além da falência da terra, faliu-se também a humanidade das pessoas, que chegaram ao ponto de cometer atrocidades para matar a fome. As pessoas de Samaria, que viviam acostumadas à fartura, agora disputavam fezes de pombos para se alimentarem e algumas chegaram ao extremo de apelarem para o canibalismo para sobreviverem.

Certa vez, estando o rei de Samaria passando pelo muro da cidade, uma mulher tomada por uma aparência de desespero começou a gritar diante do rei dizendo: Acode-me, ó rei, meu Senhor!

O rei olhou para a mulher e friamente disse: Se o Senhor não te acode, de onde te acudirei eu? Terei eu trigo ou vinho para ajudá-la?

Mas vendo o estado de desespero da mulher, o rei disse-lhe ainda: que tens? Ao ouvir o que a mulher disse, o rei entrou em estado de grande abalo emocional.

A mulher apresentou ao rei uma outra mulher, que não tinha o mesmo parecer de desespero, mas, ainda assim, tinha uma aparência castigada pela miséria que assolava Samaria. Era como se o silêncio dessa segunda mulher disesse que pior do que estava não ficaria mais.

A primeira mulher então desabafou aos prantos o que havia acontecido. Ela disse ao rei que a outra mulher disse a ela: já que não temos mais nada para comer, vamos cozinhar o seu filho hoje e comê-lo, e amanhã cozinhamos o meu filho para fazermos a última refeição de nossas vidas. O rei, já em estado de choque, continuou ouvindo a história da mulher. Ela finalizou dizendo que elas jantaram o filho dela, mas que a outra mulher, no dia seguinte, recusou-se a cozinhar o próprio filho e o escondeu, não cumprindo o trato.

Sem poder suportar mais ouvir a miséria das palavras daquela mulher, o rei, em alto estresse emocional, rasgou as próprias vestes.

O rei começou a caminhar pelo muro da cidade em total desconsolo e o povo viu que ele, por dentro, vestia panos de saco, o que em Israel significava um manifesto de grande sofrimento interior.

O rei perguntou ao profeta Eliseu se foi Deus quem fez cair toda aquela desgraça sobre Samaria. O profeta Eliseu deu a seguinte mensagem da parte Deus ao rei: “Amanhã a esta hora, você poderá comprar em Samaria três quilos e meio do melhor trigo ou sete quilos de cevada por uma peça de prata.” Essa mensagem anunciava que a prosperidade estava chegando à Samaria e que os dias de fome chegavam ao fim.

No dia seguinte, os sírios já haviam fugido de Samaria e deixado no arraial muita abundância de alimentos. Conforme a palavra do Senhor, Samaria foi abençoada com muita fartura. Fiel é Deus!

Textos sugeridos

IIRe 7:1-2 - Eliseu anuncia, da parte de Deus, prosperidade e fartura para Samaria.
IIRe 7:16-18 - O povo recebe de Deus grande fartura.
IIRe 7:19-20 - A pessoa que não creu no anúncio de prosperidade do profeta Eliseu morre atropelada pelo povo que corria em direção à aos alimentos abandonados no arraial dos sírios.
Sl 37:25 - O justo e a sua descendência não mendigarão o pão.



Reflexão

Canibalismo, o extremo da fome ou da miséria espiritual

O canibalismo é uma prática comum para índios selvagens, mas para os demais seres humanos, representa uma aberração da natureza humana praticada apenas em casos extremos de fome, miséria espiritual ou de ambos, como foi o caso das mães canibais de Samaria (II Re 6:24-33).

No caso de grave fome, pessoas podem chegar ao extremo de se alimentarem de carne humana. Em uma história real, dezesseis sobreviventes de uma queda de um avião nos Alpes da América do Sul, depois de comerem os alimentos que restaram no avião e não haver mais o que comer, não tiveram outra opção de sobrevivência senão comerem os cadáveres das pessoas que morreram no acidente.

A Bíblia anuncia previsões de canibalismo para períodos de grave fome vindos em conseqüência do pecado e da ausência de Deus (Lv. 26:29, Jr 19:9; Lm 2:20; Ez.5:10). Infelizmente, há pessoas que interpretam essas previsões erradamente e afirmam que o Antigo Testamento (AT) incentiva o canibalismo. Isso não é verdade, pois, dentro do contexto, esses textos são previsões e não poderiam ser incentivos do canibalismo pois, no próprio AT, Deus proíbe comer sangue e tocar corpos mortos. Além disso, A Bíblia orienta desde o Gênesis uma alimentação saudável para o homem.

Já o canibalismo como miséria espiritual está relacionado a rituais satânicos ou a estado de grave loucura. Em rituais satânicos, acredita-se que comendo a carne de uma pessoa, absorve-se a energia, e o poder dessa pessoa. No caso de loucura, um exemplo foi o alemão Fritz Harmann, conhecido como o Vampiro de Hannover, que foi condenado em 1924 pelo assassinato de 27 garotos. Ele fazia salsicha da carne dos meninos, não somente para consumo próprio, como também para venda em seu açougue.

O canibalismo, portanto, sempre virá de uma necessidade, da loucura humana ou do primitivo desejo de poder, mas não de Deus.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

História 16: O fantasma da fornalha



O fantasma da fornalha

O rei Nabucodonosor constrói uma estátua de ouro e condena Sadraque, Mesaque e Abedenego à fornalha ardente por não a adorarem.
Daniel 3:1-29


No tempo em que os israelitas viviam sob o domínio da Babilônia, o rei Nabucodonosor, para ostentar o seu poder e ser adorado como um deus, construiu uma grandiosa estátua de ouro da sua própria imagem.

Quando a estátua ficou pronta, os governantes e as pessoas importantes da corte do rei Nabucodonosor reuniram-se para consagrar a estátua de ouro. Nesse dia um arauto do rei decretou em alto e bom som que o rei Nabucodonosor ordenara que todas nações sob o domínio da Babilônia deveriam prostar-se e adorar a estátua de ouro quando se tocassem a buzina e todos os tipos de instrumentos de música. O arauto proclamou também que aquele que não se curvasse diante da estátua do rei seria assado no fogo ardente da fornalha.

Quando as buzinas soaram e tocaram-se vários instrumentos de música convocando todos para a adoração da estátua de ouro, as pessoas pararam tudo, ajoelharam-se e adoraram a estátua do rei Nabucodonosor.

Logo depois da adoração coletiva, alguns homens caldeus foram falar com rei Nabucodonosor e denunciaram que alguns judeus não cumpriram o decreto de adorar a estátua do rei. Esses judeus eram Sadraque, Mesaque e Abednego, que trabalhavam como administradores dos negócios do rei na província da Babilônia.

A decisão de Sadraque, Mesaque e Abedenego de não adorarem a estátua de ouro foi um gesto de fidelidade a Deus, mas foi entendida como uma grande afronta ao rei Nabucodonosor. Por isso, o rei, louco de raiva, mandou chamá-los e ameaçou-os dizendo que se eles não adorassem a estátua, iriam direto para a fornalha de fogo ardente. Nabucodonosor, com arrogância, finalizou dizendo: e quem é o Deus que poderá livrar vocês das minhas mãos?

Sadraque, Mesaque e Abedenego mantiveram-se firmes e disseram ao rei que não adorariam os deuses e nem a estátua do rei. Ao ouvir isso, Nabucodonosor, já com a aparência transtornada de fúria, mandou que a fogueira fosse aquecida sete vezes mais. A fogueira ficou tão quente que os homens que jogaram Sadraque, Mesaque e Abedenego na fornalha morreram derretidos pelo ardor das chamas.

Depois que os servos de Deus foram lançados na fogueira, um fenômeno aconteceu na fornalha que abalou o juízo do rei Nabucodonosor. Olhando para a fornalha, o rei de repente levantou-se extremamente assombrado. Nabucodonosor viu quatro homens soltos andando no fogo da fornalha. O rei não conseguia acreditar como seria possível aqueles três homens que foram lançados atados na fogueira sete vezes aquecida poderiam estar andando no meio do fogo sem sofrer uma queimadura sequer. E o mais incrível foi ter aparecido um quarto homem que tinha a aparência sobrenatural de um fantasma, como se fosse o filho dos deuses, conforme imaginou Nabucodonosor.

O rei, ainda em estado de pavor, aproximou-se da fornalha e chamou Sadraque, Mesaque e Abedenego. Eles saíram da fornalha, mas o ser sobrenatural misteriosamente sumiu. O “fantasma da fornalha”, no entanto, deixou rastros marcantes de que o Senhor é Deus e que tem poder para livrar do mal aqueles que lhes são fiéis.

Nabucodonosor então reconheceu que o fantasma da fornalha era um anjo enviado por Deus para salvar os seus servos da fogueira. Assim, o rei Nabucodonosor creu no Senhor como o Deus verdadeiro e fez prosperar Sadraque, Mesaque e Abedenego no seu reino.

Textos sugeridos

Dn.1:1-7 - Os nomes Sadraque, Mesaque e Abedenego
Dn.1:19-20 - A inteligência de Sadraque, Mesaque e Abedenego
Dn.3:1-29 - A história do fantasma da fornalha

Reflexão

Quem acendeu a fogueira das bruxas?


As bruxas carregam dentro de si um grande repúdio pelos cristãos por séculos de perseguição religiosa. Esse repúdio vêm do fato de a Bíblia condenar à morte os feiticeiros (Ex.22:18) e de os cristãos queimarem as bruxas na fogueira no período da idade média. Mas, se as bruxas conhecessem a própria história e o contexto bíblico, entenderiam por que foram condenadas à morte. As feiticeiras antigas mencionadas na Bíblia praticavam sacrifícios humanos, principalmente de crianças, em seus rituais. Afinal de onde vem a figura má da feiticeira dos contos de fadas? Basta voltar no tempo, na história e na realidade. As feiticeiras antigas eram assassinas hediondas.

Na antiguidade, como as leis dos judeus e dos não-judeus puniam os crimes de assassinato? Quase sempre com a pena de morte.

Vale ressaltar que a mesma Bíblia que contém as leis do antigo testamento que punem com a morte é a mesma que contém a ÚNICA lei que dá o perdão a qualquer pecador, até mesmo à pior das feiticeiras. É importante ainda lembrar que uma mulher, por ter cometido adultério, seria, pela lei, apedrejada até a morte, mas Jesus disse: “NEM EU TE CONDENO”(João 8:1-11). Essa é a lei da graça de Deus, é a nova aliança de Deus com a humanidade. Nada pode ser maior que isso!

Quanto à queima das bruxas na fogueira, não foram os cristãos que as mataram, mas os que se diziam cristãos. Esses falsos cristãos que acenderam a fogueira para queimar bruxas foram os mesmos que, em nome de Deus, também mataram inocentes, os profetas e até o próprio filho de Deus. Os verdadeiros cristãos também foram queimados em fogueiras por serem contrários ao poder religioso dominante. Eles ainda são perseguidos, mas perdoam e até morrem para que mensagem da graça salve o mundo do pecado e da falta de amor.