sábado, 18 de junho de 2011

História 20: Agonia no Getsêmani

Agonia no Getsêmani
Jesus, ao aproximar-se de sua morte, entra em estado de agonia e começa a suar sangue.
Lucas 22:39-46; Mt 26:36-56


Depois de celebrar a ceia da sua última páscoa, Jesus foi com seus discípulos para o Monte das Oliveiras orar, como tinha o costume de fazer. Quando chegaram a um lugar chamado Getsêmani, ele disse aos seus discípulos para assentarem-se, pois ele se afastaria um pouco para falar com o seu Pai. Com a voz mansa e talvez quase a falhar de tristeza, Jesus chamou Pedro, Tiago e João, que eram seus discípulos mais próximos, para velarem com ele aquela que seria a última noite de sua vida. Jesus confessou-lhes que sua alma estava triste até à morte.

Orando no Getsêmani, Jesus sofreu antecipadamente toda a tensão de sua morte, que já começara naquela triste noite. Ele acabara de ser traído por um de seus discípulos e, tão logo, seria abandonado por todos outros. Ele já sabia que amanheceria o dia seguinte com o corpo surrado de chicotes, que seria cuspido, humilhado, coroado de espinhos e entregue nas mãos de gente cruel e ingrata. Logo, não haveria como Jesus não se preocupar com dia de amanhã e ter serenidade para dormir nessa forte tempestade que caía sobre a sua vida.

Jesus, ao pensar que no dia seguinte ele estaria sendo pregado com pregos que fariam suas mãos sangrar e sua alma gritar toda a dor possível de se sentir, começou a ter pavor.

Depois de afastar-se dos seus discípulos à distância de cerca de um tiro de pedra, Jesus pôs-se de joelhos e começou a orar ao Pai. Com todo o desespero de sua alma, Jesus, ali sozinho, pediu ao Pai que, se fosse possível, afastasse dele aquele cálice, isto é, a tormenta da cruz no dia seguinte. Mas consciente de que a sua morte seria a salvação da humanidade, Jesus rendeu sua vontade à vontade do Pai.

Naquele instante, apareceu a Jesus um anjo do céu para trazer-lhe o conforto de Deus. Mas, mesmo acompanhado do anjo, já em alta noite, Jesus sentiu toda a intensidade da sua morte. E entrando ele em estado de extrema agonia, começou a orar mais intensamente. O estresse emocional dominou-o até que da sua pele rebentou suor em grandes gotas de sangue que escorriam do seu corpo até o chão.

Tendo passado o estado de agonia, depois de orar, Jesus voltou para os seus discípulos e os encontrou dormindo de tristeza. Disse então Jesus a Pedro: nem uma hora pudeste velar comigo? Da mesma forma, dirigiu-se aos demais discípulos e disse-lhes: vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Jesus foi mais duas vezes orar ao Pai e, ao voltar para os seus discípulos, achava-os sempre adormecidos.

Depois de orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras, Jesus finalizou suas orações no Getsêmani certo de qual era a vontade de seu Pai e disposto a levar até o fim a sua dolorosa missão de morrer na cruz pelos pecados de toda a humanidade. Em seguida, Jesus dirigiu-se aos seus discípulos dizendo-lhes: Já basta! Dormi agora e descansai, pois já é chegada a minha hora. Nessa hora ele seria entregue nas mãos dos pecadores, a começar por aquele que o traiu. Depois disso, Jesus e os discípulos levantaram-se e foram-se. De repente, chegou Judas, o traidor, e saudou Jesus com o beijo que condenou seu mestre à morte. Os demais discípulos fugiram todos, deixando-o morrer sozinho.

Leituras sugeridas

Lc 22:39-46 - Agonia no Getsêmani, segundo Lucas.
Mt 26:36-46 - Agonia no Getsêmani, segundo Mateus.
Mt 26:46-56 - Jesus é traído, preso e abandonado por seus discípulos
Mc 14:32-42 - Agonia no Getsêmani segundo Marcos
Jo 18:11 - Jesus confirma que cumprirá a vontade do Pai
Jo 18:14 - Era necessário que alguém morresse por todo mundo.


Reflexão
O Judas que Lady Gaga não perdoou

Na sexta-feira santa do ano de 2011, a cantora Lady Gaga lançou o seu clipe “Judas” do álbum Born This Way. Em seus nada criativos monossílabos “Woah woah woah woah woah I'm in love with Juda-as, Juda-as”, Gaga homenageia Judas, o traidor de Cristo, tentando profanar o espetáculo da cruz.

Na verdade, o clipe de Gaga tenta ser mais um eclipse do espetáculo da cruz. E, sendo um fenômeno sem luz própria, coloca-se na frente de uma luz intensa para em vão ofuscá-la e também em vão se auto-acender. Alguns até param para ver um rápido eclipse. Mas, a verdadeira luz continua a brilhar intensamente, enquanto o eclipse sempre passa e tão-logo é esquecido.

Segundo a própria Lady Gaga, a mensagem do clipe é perdoar o Judas que existe em você para seguir adiante. Mas Gaga esqueceu de perdoar do verdadeiro Judas o recalque e o prazer de estragar o bom, o belo e o essencialmente sagrado.

Judas carregava em si um recalque político, como Gaga também demonstra carregar um recalque religioso. Judas queria uma revolução contra domínio romano e contava com Jesus para ser o líder de uma sedição. Jesus, no entanto, guerreou contra o pecado e defendeu o amor. Decepcionado e incapaz de amar a si, e aos outros e muito menos seus inimigos, Judas explodiu o seu recalque traindo Jesus. Da mesma forma, Lady Gaga explode o seu recalque nas aberrações artísticas de seus profanos shows.

Quando Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume preciosíssimo, Judas, que era ladrão, viu nesse gesto de tamanha beleza um desperdício (Jo 12:1-11). Maria foi para sempre lembrada pela sua excelente homenagem a Jesus. Mas Judas é lembrado como a mosca do precioso perfume, aquele que nada acrescenta, que só vampiriza e só estraga. Mas, mesmo traído, Jesus permanece de abraços abertos para receber, perdoar e amar todos os Judas que renascem em Lady Gaga e em muitas outras pessoas distantes e carentes da luz e do amor de Deus.

sábado, 11 de junho de 2011

História 19: A queda de Lúcifer

A queda de Lúcifer
O querubim de luz rebela-se contra Deus, é lançado do céu com os seus anjos seguidores, assume o poder mundial, é condenado ao inferno e tenta enganar os homens para levá-los à mesma condenação dele.
Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:13-17; Apocalipse 12:4-12


Antes do princípio, criou Deus um belíssimo jardim e lá colocou a mais perfeita e bela de todas as suas criaturas. O lindo jardim ficava no céu e a criatura perfeita não era Adão, mas sim Lúcifer, o querubim de luz. Assim formou Deus da luz do céu Lúcifer à sua imagem de glória e perfeição, colocando-o no jardim como a sua obra-prima.

Lúcifer acrescentava beleza ao jardim de Deus com a sua resplandecente luz e com a música que fazia soar de seus instrumentos musicais. Lúcifer excedia em formosura e sabedoria. O querubim de luz vestia-se com a preciosidade dos diamantes e naturalmente resplandecia como um sol. Por seu brilho próprio, era chamado por seu criador de “a estrela da manhã”. Lúcifer foi criado para ser perfeito e perfeito foi até que na sua mente nasceu o mal e nele se achou o pecado.

O orgulho de sua própria perfeição e o desejo de ser como Deus, fizeram Lúcifer rebelar-se contra o seu criador. Lúcifer dizia em seu coração que subiria ao céu e, acima de todas as estrelas de Deus, ergueria o seu trono. O querubim de luz começou a ofuscar-se quando o seu coração se encheu de soberba, voltando-se contra o domínio de Deus.

Houve uma grande batalha no céu entre Lúcifer e Miguel, o anjo guerreiro do céu. O belo querubim de luz assumiu a forma de um horroroso dragão e, junto com outros anjos rebeldes, batalhavam por um novo comando no céu.

Na batalha do céu, Lúcifer e seus anjos lutaram intensamente, mas não prevaleceram contra a força guerreira de Miguel e do seu exército. Derrotado, o lugar de Lúcifer não mais se achou no céu. Assim, o grande dragão e os anjos rebeldes foram derrubados do céu, precipitados na terra e condenados por Deus ao inferno.

Uma vez que Lúcifer não conseguiu estabelecer um novo reinado no céu, ele assumiu o comando do sistema mundial da terra, opondo-se a Deus. Lúcifer então passou a ser conhecido como Satanás, aquele que é adversário de Deus e acusador dos homens.

Lúcifer reapareceu na forma de uma serpente no Jardim do Éden, o paraíso criado por Deus na terra. No novo jardim de Deus, Lúcifer viu com inveja as novas obras-primas de Deus, o homem e a mulher, formados à imagem e semelhança do seu criador.

Recalcado, Lúcifer colocou em seu coração levar as criaturas humanas à mesma condenação que ele. Para destruir o homem e atingir Deus, ele usou desde o princípio a estratégia de enganar o homem e colocar no coração dele o desejo de ser igual a Deus. Satanás conseguiu enganar Adão e Eva fazendo-os pecar e cair junto com toda a raça humana. Ele também tentou fazer Jesus cair, oferecendo-lhe todo o poder na terra, mas Jesus não caiu, pois era aquele que venceria Lúcifer.

Nos dias de hoje, Lúcifer reaparece como um leão, que brama ao redor dos seres humanos o tempo todo buscando a quem possa tragar (I Pedro 5:9). Mas pelo poder do sangue do filho de Deus derramado na cruz, Satanás foi vencido e humanidade recebeu de Deus o perdão e a graça de ser salva da condenação destinada a Satanás e seus anjos. Isso porque Deus amou a humanidade de tal maneira que deu seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).

Leituras sugeridas

Is.14:12-15 - A queda de Lúcifer segundo o profeta Isaías
Ez.28:13-17 - A queda de Lúcifer segundo o profeta Ezequiel
Ap.12:4-12 - A batalha entre Lúcifer e Miguel
I Pe.5:9 - O diabo anda ao nosso redor bramando como um leão
Rm.8:1 - Nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus
João 3:16 - Através de Jesus Deus salva o homem de perecer na condenação do pecado

Reflexão

Um pacto por uma vida e um fim de Dorian Gray

No famoso clássico da literatura o Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, Dorian Gray, admirado com a beleza do seu retrato pintado com perfeição em uma obra de arte, disse com toda a sua alma: “Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!"

No livro, o desejo de Dorian Gray se realizou. Os anos se passaram e Dorian Gray permanecia jovem e belo conforme foi pintado no quadro. Mas a alma de Dorian Gray ficou na imagem do quadro.

Dorian Gray passou a levar uma vida de vaidade guiada pelo prazer e pela beleza enquanto a sua imagem no quadro, com o tempo, envelhecia-se, estragava-se e ganhava uma horrorosa aparência. A cada mal que Dorian fazia a si mesmo e aos seus semelhantes, um novo estrago brotava na pintura de seu retrato.

Dorian sempre jovem, belo e aparentemente feliz, não podia suportar olhar o horror da pintura do seu retrato. Ele tentou esconder a imagem para fugir da realidade de perdição da sua alma. Mas a imagem de sua alma roubava-lhe a paz. O quadro envelhecia e apodrecia cada vez mais até que, um dia, o quadro começou a sangrar, após Dorian cometer um crime. Desesperado, Dorian Gray tentou destruir o quadro, mas destruiu para sempre a sua própria alma.

Muitas pessoas seduzidas pelo desejo de poder, beleza, fama, prazeres e riquezas fazem pacto com o Diabo. O retrato de Dorian Gray é uma ilustração fiel daquilo que acontece com aquele que vende a alma para o Diabo. Mas, ao contrário do destino de Dorian Gray, há salvação para a alma do homem, pois a Jesus foi dado todo o poder no céu e na terra para derrotar o Diabo e salvar o homem da condenação do pecado, desde que ele creia em Jesus e se arrependa dos seus pecados.

sábado, 4 de junho de 2011

História 18: A mãe dos cadáveres

A mãe dos cadáveres
A comovente história de uma mãe que dia e noite protegeu os cadáveres de seus filhos para não serem devorados por aves e animais selvagens.
II Samuel 21:1-14

No tempo em que Davi reinava em Israel, uma severa fome se estendeu por três anos consecutivos nas terras de Israel. Preocupado com a situação da sua terra, o rei Davi resolveu perguntar ao Senhor Deus por que a terra que manava leite e mel padecia de grave fome.

O Senhor respondeu a Davi que era por causa da casa sanguinária do antigo rei de Israel. O rei Saul e a sua casa cometeram muitos crimes e, mesmo ele já estando morto, o que ele e sua casa fizeram ainda incomodava o Senhor, principalmente, porque ele matou os gibeonitas.

Os gibeonitas eram estrangeiros que habitavam entre os filhos de Israel porque Josué fez uma aliança com eles de dar-lhes proteção de vida e , em troca, eles trabalhariam como servos dos israelitas (Josué 9:16-27).

Davi chamou os gibeonitas e perguntou-hes o que poderia ser feito para reparar todo o mal que o rei Saul lhes havia feito. Os gibeonitas disseram a Davi que não tinham intenção de matar qualquer pessoa em Israel, mas pediram sete filhos de Saul para serem enforcados em Gibeá.

Davi atendeu o pedido dos gibeonitas, no entanto, poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, que era muito amigo de Davi.

Para serem enforcados pelos gibeonitas, o rei Davi escolheu os dois filhos de Rispa, que era concubina de Saul, e os cinco filhos de Merabe, filha de Saul.

Os filhos e netos de Saul escolhidos foram levados pelos gibeonitas e foram enforcados no monte Gilboa perante o Senhor.

Depois que aqueles sete homens foram enforcados, os corpos ficaram pendurados ao ar livre. E sucedeu que vendo Rispa, a mãe de dois dos enforcados, que os cadáveres estavam abandonados, tomou um pano de saco e fez um abrigo sobre uma rocha. Com grande tristeza no coração, Rispa permaneceu sozinha naquela fria rocha por vários dias vigiando os corpos de seus filhos e dos outros enforcados, até o dia em que as chuvas de outono caíram sobre aqueles corpos mortos.

Todos os dias, incansavelmente, Rispa impedia que as aves e os animais selvagens se aproximassem dos cadáveres pendurados. De dia, ela afugentava as aves e, de noite, os animais selvagens. Ali no monte, sozinha com aqueles cadáveres, afugentando os animais, Rispa tentava também afugentar a dor de perder seus filhos. Até que os corpos entrassem em total decomposição, aquela inconsolável mãe abandonou sua rotina e seus afazeres para fielmente velar e proteger os restos mortais de seus filhos e de seus parentes.

O rei Davi muito se comoveu ao saber o que Rispa havia feito pelos cadáveres e, por isso, ordenou que se enterrassem decentemente os ossos de Saul, de seu filho Jônatas e dos sete enforcados .

As águas de outono e o choro de Rispa que se derramaram em abundância naquele monte, onde desfaziam-se sete cadáveres, sinalizaram a paz de Deus com a terra, pois a fome chegara ao fim.

A homenagem de Rispa aos sete cadáveres foi reconhecida pelo rei Davi e perpetuada nas páginas sagradas da Bíblia como memorial de um amor sem fim, que é o amor de mãe.

Leituras sugeridas

II Sm.21:1-14 - A história de Rispa
Js 9:16-27 - Por que os gibeonitas habitavam entre os israelitas
Is.49:15 - O amor de Deus supera o amor de mãe
Pv.31:10 - Mãe, uma mulher virtuosa


Reflexão
Amor e dor de mãe


O curso natural da vida deveria ser pai e mãe morrerem antes de seus filhos. Se assim fosse, pais seriam poupados da insuportável dor de perder um filho, isto é, de perder a melhor parte de si mesmos. Um pai e, principalmente, uma mãe dão a vida para que um filho não pereça qualquer mal.

Infelizmente, muitas mães têm sofrido ao perderem seus filhos para as drogas e para a violência sem limites. Todos os dias os noticiários exibem os cadáveres de jovens e adolescentes caídos em calçadas vítimas da violência quase sempre precedida por consumo ou tráfico de drogas. Mas, o pior dessas cenas é sempre o desespero de mães que choram amargamente os corpos mortos de seus filhos. As mães desses cadáveres herdam para sempre a insuportável dor de perder seus filhos. O tempo até ameniza tamanha dor, mas nunca a repara.

Certa vez, Satanás disse para Deus: “Pele por pele. Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida” (Jó 2:4). Um homem não conhece tanto o valor de sua vida quanto a própria mãe que o gerou, pois ela tudo quanto tem dará pela vida dele. Isso inclui noites de sonos, bens materiais, o sossego e até a própria vida para salvar a vida de um filho.

Ainda que um homem seja a pessoa mais odiada do mundo, ainda assim ele será amado por sua mãe. Ainda que ele seja o pior dos marginais, ela sempre o amará e acreditará na redenção de seu filho.

Quem entender a profundidade do amor de mãe, entenderá o mínimo do amor de Deus. Uma mãe faz tudo pelo seu filho, mas não pelos filhos das outras mães. O amor de Deus supera o amor de mãe pois ele sofre pela perda de qualquer ser humano e estende o seu imenso amor até para aqueles que mataram o seu filho mais amado. E ainda que a mãe se esqueça do seu filho, Deus não se esquecerá de nós (Isaías 49:15). Esse é o amor maior, esse é o amor de Deus.