sexta-feira, 29 de julho de 2011

História 25: A Profecia

A profecia
Depois de uma batalha espiritual entre anjos e demônios, uma profecia do fim dos tempos é revelada ao profeta Daniel.
Daniel 10:1-16;Daniel 12:1-13



No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada a Daniel uma profecia que envolveu um grande conflito espiritual. A profecia era difícil, mas um anjo a explicou a Daniel através de uma visão fantástica.

Antes de receber a profecia, Daniel ficou muito triste por três semanas e em constante oração. Possivelmente com a sensação de não estar sendo ouvido por Deus, Daniel sofreu grande angústia. Nesse tempo, ele não comeu alimento desejável, não bebeu vinho e não se ungiu com ungüento, o que representava cuidado com o corpo e estado de alegria.

Passadas as três semanas e, estando Daniel à beira do rio Tigre, de repente ele viu um ser fantástico que resplandecia como a pedra preciosa de berilo. O rosto do ser relampejava, os seus olhos eram como tochas de fogo, seus braços e pés brilhavam como bronze polido, suas vestes eram de linho e de ouro puro, e a sua voz era um estrondo, como se uma multidão estivesse falando ao mesmo tempo.

As pessoas que estavam com Daniel não viram a visão, mas ficaram tão apavoradas que fugiram e se esconderam. Já Daniel, ali sozinho, ficou pálido e enfraquecido diante da impressionante visão. Quando o ser fantástico, que era um anjo, começou a falar, Daniel desmaiou e ficou caído no chão.

O anjo tocou em Daniel e eis que ele tremia da cabeça aos pés. O anjo disse-lhe então que Deus ouviu a oração dele desde o primeiro dia em que se humilhou diante do Senhor buscando sabedoria. O anjo também disse a Daniel que veio em resposta às orações dele para trazer-lhe a profecia de um futuro distante. Mas o Príncipe da Pérsia, que era o anjo das forças do mal que estava por trás do comando da Pérsia, tentava impedir a entrega da profecia com dura resistência.

O Príncipe da Pérsia, junto com seus anjos aliados, isto é, os demônios, travaram uma grande batalha contra o anjo mensageiro de Deus. Miguel, o anjo guerreiro do céu, vendo o anjo mensageiro sozinho na luta, saiu em sua defesa. Depois de vinte e um dias, o anjo mensageiro, com a ajuda da força guerreira de Miguel, venceu a tenebrosa batalha contra os anjos do mal.

Vencida a primeira batalha contra o príncipe da Pérsia, o anjo mensageiro tocou em Daniel e o fortaleceu dizendo: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte.

O anjo mensageiro disse a Daniel que voltaria a lutar contra o Príncipe da Pérsia e que depois viria o Príncipe da Grécia, que é o mesmo anjo representante das forças do mal, mas agora sob o comando da Grécia. O anjo mensageiro garantiu, no entanto, que enfrentaria as batalhas de ordem espiritual ao lado de Miguel e que a profecia de verdade seria revelada a Daniel.

A profecia revelada pelo anjo foi selada nos capítulos 10 a 12 do livro de Daniel. As palavras finais dessa profecia anunciaram que, nos tempos do fim, Miguel se levantaria pelo povo de Deus e que seria esse um tempo de grande angústia. Muitos correriam de uma parte para a outra e a ciência cresceria muito. Mas todo aquele que fosse achado escrito no livro de Deus seria salvo. Assim, aqueles que estavam mortos ressuscitariam uns para a vida eterna e outros para o castigo eterno.

E foram estas as últimas palavras do anjo mensageiro a Daniel: “vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias”. Quem entender, entenda o que diz a sagrada profecia até hoje.

Leituras sugeridas

Dn 10:1-16 - A batalha espiritual antes da revelação da profecia
Dn 12:1-13 - A profecia do fim dos tempos
Ap 12:7-12 - Batalha entre o anjo Miguel e Satanás
Mt 24:4-14 - Jesus anuncia como será o fim dos tempos
Ef 6:11-18 - Armadura de Deus para a batalha espiritual

Reflexão
O cristão e a batalha espiritual



A batalha espiritual refere-se ao conflito entre Satanás, que é aquele que se opõe a Deus, e os filhos de Deus, que são os anjos e os homens.

Infelizmente, sobre o tema batalha espiritual, os cristãos, em geral, posicionam-se em dois extremos opostos: ou dão pouca importância ou dão importância excessiva. No primeiro extremo, alguns chegam a negar a ação de demônios no plano terreno. Já, no segundo extremo, há uma supervalorização dos ataques demoníacos e das ações de defesa contra esses ataques.

Nesse último caso, os cristãos preocupam-se mais em se proteger contra Satanás do que se orientar por Jesus guardando e vivendo os seus mandamentos.

O cristão deve sempre dar importância maior a Jesus em tudo. Mas também deve estar atento aos ataques de Satanás para fazê-lo cair e até mesmo para destruí-lo. A Bíblia, dessa forma, orienta-nos a vigiar porque o diabo, nosso adversário, anda em nosso derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Pe.5:8).

Para vencer Satanás, o primeiro passo é não dar lugar a ele (Ef 4:27). Para isso, é necessário fechar as portas pelas quais ele entra. Essas portas são os pecados e, principalmente, os da idolatria, de envolvimento com práticas ocultistas, da falta de perdão, do ódio e de uniões sexuais ilícitas. Não há comunhão entre luz e trevas(II Cor 6:14 ), por isso o cristão tem que lutar contra o pecado (Rm 6), renúnciá-lo e arrepender-se, para que Satanás perca espaço e Deus não se ausente da vida de uma pessoa.

Para combater os príncipes das trevas, é preciso estar revestido da armadura de Deus composta pelo capacete da salvação, pela couraça da justiça, pelas vestes da verdade, pela espada da palavra de Deus, pelo escudo da fé e pelos calçados da preparação no evangelho (Ef 6:10-20). Vestir essa armadura e estar sempre em alerta, isto é, em oração, é estar em Cristo e, estando em Cristo, nenhuma condenação há. Assim, por Cristo, é-nos dada a vitória na batalha espiritual contra Satanás.

sábado, 23 de julho de 2011

História 24: A sentença da mão misteriosa

A sentença da mão misteriosa
No meio do grande carnaval do rei Belsazar, uma mão misteriosa escreve na parede a seguinte sentença: “MENE, MENE, TEQUEL e UFARSIM”.
Daniel 5:1-30


No tempo em que os judeus viviam sob o cativeiro da Babilônia, o rei em exercício da Babilônia, Belsazar, para ficar bem entre as pessoas mais importantes da corte real, promoveu uma grande festa que reuniu mil autoridades da Babilônia.

A festa do rei Belsazar foi um verdadeiro carnaval regado a muito vinho e celebrado com prazeres e idolatria. O rei, já eufórico pelo efeito da grande quantidade de vinho que bebeu, teve a ideia de servir vinho aos seus convidados com os copos de ouro e de prata que Nabucodonosor saqueou do templo do Senhor quando levou os judeus em cativeiro.

O rei Belsazar, as suas mulheres e amantes, assim como todos os convidados, beberam vinho em abundância nos utensílios do tesouro da casa do Senhor. Além disso, com as coisas santas da casa de Deus, os foliões da festa do rei Belsazar começaram a render louvores aos deuses de ouro, prata, ferro e até de pedra que eram adorados na Babilônia.

E eis que sendo já alta noite na festa profana do rei Belsazar e estando os foliões embriagados pelo vinho, apareceram os dedos de uma mão humana sem braço escrevendo na parede do palácio real.

A mão firmemente escreveu uma sinistra mensagem que silenciou a folia daquela festa de carnaval. O rei Belsazar, vendo a mão escrevendo na parede, ficou transtornado de tal forma que os seus joelhos bateram um no outro de tanto pavor.

Fora de si, sem entender aquela mensagem, o rei ordenou, aos gritos, que chamassem os astrólogos, os adivinhadores e os sábios da Babilônia para decifrarem aquela mensagem.

Quando os astrólogos, os adivinhadores e os sábios chegaram diante do rei, eles não foram capazes de ler as palavras escritas pela mão misteriosa e muito menos de interpretá-las.

A rainha, vendo a preocupação do rei, disse a ele que existia no reino da Babilônia um judeu chamado Daniel, a quem o rei Nabucodonosor constituiu chefe de todos os sábios da Babilônia.

Quando Daniel chegou ao palácio, o rei Belsazar disse a ele que tinha ouvido falar da sua sabedoria excelente e do seu dom divino de interpretar sonhos e enigmas. O rei então prometeu a Daniel presentes, honras e a terceira posição no reino da Babilônia. Daniel, porém, consciente de que um dom é para glorificar a Deus, disse ao rei que ele ficasse com os presentes ou que os desse para outra pessoa.

Daniel começou a interpretação da mensagem dizendo ao rei que Deus lançou-lhe uma sentença por causa da sua afronta em usar os utensílios da casa de Deus em uma festa carnal e idólatra e por não ter glorificado o Senhor no seu reino. Daniel prosseguiu dizendo ao rei que as palavras escritas pela mão na parede do palácio eram “MENE, MENE, TEQUEL e UFARSIM“ e que esta era a interpretação da mensagem: MENE quer dizer “O teu reino acabou”; TEQUEL significa “Pesado foste na balança e foste achado em falta”; PERES (que é o plural de UFARSIM) significa “Dividido foi o teu reino entre os povos medos e persas”.

Ao ouvir a sua sentença, o rei Belsazar só teve tempo de dar presentes e honras a Daniel e constitui-lo o terceiro maior na Babilônia. Naquela mesma noite, o rei Belsazar caiu morto e o império da Babilônia foi tomado por Dario, o medo, conforme as palavras de Daniel.

Leituras sugeridas

Dn 5:1-31 - A história da mão misteriosa
Gl 6:7 - Deus não se deixa escarnecer


Reflexão

O que os astros não dizem


Desde a antiguidade, a astrologia exerce forte influência na vida das pessoas por oferecer previsões para o futuro com base nos astros do céu. Essa influência é tão forte que praticamente qualquer pessoa sabe dizer o seu signo e a grande maioria dos jornais trazem horóscopos que são lidos fielmente todos os dias. Muitas pessoas, inclusive, tomam decisões por horóscopos e se orientam por conselhos de astrólogos.

Embora se afirme que a astrologia é ciência, isso não é verdade, pois o seu conhecimento é fundamentado em observações, adivinhações e crenças, mas não em evidências experimentais.

A verdadeira ciência trata a astrologia como uma superstição e a desautoriza. Os próprios astrólogos não têm um consenso entre si sobre as previsões que fazem, pois, em vez de convergirem para uma verdade comum, divergem em suas opiniões. Dessa forma, se a astrologia fosse de fato ciência, as previsões sobre o futuro sobre uma mesma coisa deveriam ser coincidentes ou pelo menos próximas, mas nunca divergentes.

A Bíblia também reprova a astrologia e qualquer prática de adivinhação do futuro (Dt.18:9-11). Dessa forma, quem faz previsões pelos astros e quem nelas põe a sua fé desperta a ira de Deus. Além disso, dar crédito ao que os astros dizem é idolatria, porque se uma pessoa vê o seu futuro pela ótica da astrologia e por ela se orienta, ela dá o controle de suas decisões e da sua vida aos astros e não a Deus. Assim, ela honra mais a criatura do que ao seu criador e comete idolatria.

O que os astros não dizem é que eles estão sobre o controle de Deus. E se os astros não têm controle sobre si mesmos, como podem ditar o que será da humanidade? Dessa forma, a astrologia é inútil porque não pode impedir o que Deus determina (Is 47:13-14). Deus está sempre no controle porque dele e por ele são todas as coisas (Rm 11:36).

sábado, 16 de julho de 2011

História 23: O mistério dos defuntos egípcios

O mistério dos defuntos egípcios
Cai a décima praga contra o Egito e defuntos dos primogênitos aparecem nas casas que não têm marcas de sangue nos umbrais das portas.
Êxodo 11:1-10; 12:29-34


A terra do Egito havia sido ferida por nove pragas que assombraram sobremaneira os egípcios. Em poucos dias, os egípcios viram fenômenos como a incrível transformação das águas em sangue, milhares de rãs pulando pela cidade, piolhos de montão nos homens, sarna nos animais, nuvens de moscas e de gafanhotos, apagões e até chuva de pedras com fogo. Mas, para convencer de vez o rei do Egito, o Faraó, a libertar os israelitas, Deus prometeu fazer cair sobre o Egito a décima praga, que foi a mais tenebrosa de todas as pragas.

Quando aparentemente a paz repousava sobre o Egito, eis que no silêncio da meia-noite, ouviram-se gritos de dor e horror em todas as casas. Faraó, seus servos e todos os egípcios acordaram com o alarde de pânico, desespero e choro que abalou todo o Egito.

Chegando a meia-noite daquela pavorosa noite, um destruidor visitou as casas dos egípcios e nelas deixou um rastro de morte. Houve então um grande clamor no Egito qual nunca houve e nunca mais haverá, pois em cada família egípcia chorava-se o defunto do filho mais velho.

Mas, enquanto entre os egípcios ouviam-se gritos e choros de lamentação, na parte do Egito onde residiam os israelitas, não se ouviu sequer um latido de cão.

Curiosamente, nas casas dos israelitas havia marcas de sangue de animal nos umbrais das portas. As casas que tinham essas marcas não foram visitadas pelo destruidor. Por isso, todos os primogênitos dos israelitas foram poupados da morte pelo Senhor Deus.

O mistério dos defuntos egípcios já tinha sido revelado a Faraó antes da morte em massa dos primogênitos. O Senhor avisou a Faraó, através de Moisés e Aarão, que se os israelitas não fossem libertos, os primogênitos das famílias egípcias, desde a casa de Faraó até as casas dos criados, morreriam todos, como também todos os primogênitos dos animais. Mas Faraó não deu ouvidos ao aviso da parte do Senhor.

Quando Faraó entendeu que a morte dos primogênitos era a décima praga enviada por Deus pressionando-o a deixar os israelitas saírem do Egito, ele chamou Moisés e Aarão. Dessa vez, porém, o coração de Faraó não se endureceu diante dos sinais do Senhor. Ao ver o defunto do próprio filho, Faraó sabia que se ele resistisse ao Senhor, coisas piores viriam sobre o Egito e sobre a sua própria casa. Por temor, Faraó então disse a Moisés e a Aarão que saíssem o mais rápido possível do Egito junto com todo o povo de Israel e com tudo o que eles possuíam para servirem ao Senhor bem longe do Egito. Faraó também pediu que Moisés e Aarão o abençoassem, o que talvez traria a ele alívio dos últimos sofrimentos e da dor de perder o seu filho mais velho.

Os egípcios, ainda aterrorisados com a décima praga e temendo uma décima primeira praga, diziam que se o povo de Israel ficasse no Egito, todos os egípcios seriam mortos. Por isso, eles ajudaram os israelitas a saírem do Egito e os apressaram para irem embora logo.

Assim, a décima praga foi para sempre lembrada entre os judeus, pois, depois da morte dos primogênitos egípcios, Faraó libertou os israelitas da escravidão e os deixou sair do Egito. Como memorial da milagrosa saída do Egito, os judeus passaram a comemorar a Páscoa.

Leituras sugeridas
Ex.4:21-23 - antes mesmo de todas as pragas, a morte do primogênito de Faraó foi anunciada.
Ex.11:1-10 - Faraó é avisado que os primogênitos do Egito morreriam se ele não libertasse os israelitas da escravidão.
Ex.12:11-14 - A praga da morte dos primogênitos não atingiria as casas dos israelitas que tivessem marcas de sangue nos umbrais das portas.
Ex.12:29-34 - A morte dos primogênitos
Ex.12:37-42 - A saída do Egito e a páscoa
Hb.11:24-28 - Pela fé, Moisés liderou o povo de Israel e, pela fé, eles saíram do Egito.


Reflexão
Superstições que anunciam morte


Diz a lenda popular que quando uma coruja branca, a rasga-mortalha, pia com um som parecido com o rasgo de seda, alguém próximo do local onde ela cantou morrerá. Outra crença popular afirma que quando alguém sente cheiro de flores, sem haver flores por perto, é um anúncio da chegada de um defunto.

Lendas como essas que saem da imaginação do povo, em geral, surgem de fatos que evidentemente não têm relação entre si, mas que por coincidência, e somente por coincidência, aconteceram simultaneamente. Por exemplo, a lenda da cegonha vem da coincidência de uma população de bebês de um local aumentar quando cegonhas começaram a povoar esse local. De fato, houve o aumento de bêbes com a chegada das cegonhas e, por isso, as pessoas começaram a acreditar que as cegonhas é que traziam os bebês. No entanto, as cegonhas começaram a povoar o local depois que pessoas do local se casavam e construíam as suas casas. O que atraía as cegonhas para o local, na verdade, era o abrigo nos telhados das casas. Por coincidência, os bebês nasceram depois que elas se instalaram nos telhados das casas.

Dessa forma, mais do que coincidências, as pessoas devem buscar relações fortes e verdadeiras entre as coisas que acontecem antes de fazerem vãs previsões. Não é porque uma coruja cantou e uma pessoa morreu, e isso até se repetiu algumas vezes, significa que sempre que uma coruja cantar alguém vai morrer.

A Bíblia reprova os agoureiros, isto é, aqueles que anunciam coisas ruins sem qualquer fundamento de verdade (Dt.18:10-14). Em Jr.10:2, diz o Senhor: “...não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais do céu, porque com eles se atemorizam as nações”. Portanto, não dêem crédito a corujas, corvos, gatos, flores e outras coisas que anunciem morte , e nem tenham medo delas. O futuro a Deus pertence. Anunciem, portanto, a palavra de Deus como única verdade para o futuro.

sábado, 9 de julho de 2011

História 22: A múmia de Betânia

A múmia de Betânia
Para a glória de Deus, Jesus ressuscita uma “múmia” de quatro dias e muitos judeus crêem nele como o enviado de Deus.
João 11:1-45


Na aldeia de Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém, moravam os irmãos Marta, Maria e Lázaro, que eram muito amigos de Jesus. As duas irmãs andavam preocupadas com Lázaro porque ele estava muito doente. Vendo elas que a doença do irmão se agravava cada vez mais, mandaram avisar a Jesus que o seu amado amigo estava enfermo. As duas irmãs sabiam que Jesus tinha poder para fazer milagres e criam nele como a última esperança de salvar a vida de Lázaro.

Jesus, ao receber o recado de Marta e Maria, disse que a enfermidade de Lázaro não era para a morte, mas para a glória de Deus.

Mesmo sabendo que Lázaro estava prestes a morrer, Jesus ainda esperou tranqüilamente dois dias no lugar onde estava. Só depois decidiu voltar para a Judéia. Jesus disse aos discípulos que ia despertar Lázaro do seu sono. Os discípulos, sem noção, entenderam que Jesus falava que Lázaro estava dormindo e, por isso, estaria ele a salvo. Jesus, porém, direto e claramente, disse aos discípulos que Lázaro estava morto.

Quando Jesus chegou à Betânia, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. E, sabendo Marta que Jesus chegava, foi ao encontro dele. Maria, porém, ficou em casa, junto com os muitos judeus que choravam com ela a morte de Lázaro.

Desconsolada, Marta disse a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus disse a ela que Lázaro haveria de ressuscitar. Marta creu em Jesus, mas pensou que ele estivesse falando da ressurreição do último dia, isto é, do fim dos tempos.

Depois de ser consolada por Jesus, Marta chamou Maria para que ela também fosse falar com o mestre. Maria saiu imediatamente e foi ver Jesus. Ao encontrá-lo, Maria prostrou-se aos pés dele e disse as mesmas palavras de Marta: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, vendo Maria com uma aparência tão triste a chorar pelo seu irmão e também os judeus chorando junto com ela, humanamente muito se comoveu. Ao se dirigir ao sepulcro de Lázaro com Marta, Maria e os judeus que as acompanhavam, Jesus não conseguiu se conter e chorou por seu amigo Lázaro. Os judeus viram que Jesus realmente amava a Lázaro, mas questionaram entre si por que ele, que curou cegos e fez tantos milagres, não curou o próprio amigo.

Quando chegou à caverna onde estava o corpo de Lázaro, Jesus pediu que retirassem a pedra que fechava a caverna. Marta disse ao mestre que o defunto já fedia, pois já era de quatro dias. Jesus, porém, disse a Marta: não te disse eu que se cresses verias a glória de Deus? Em seguida, tiraram a pedra do sepulcro. Jesus, então, levantou os olhos para o céu e deu graças a Deus por ouvi-lo. Jesus fez essa oração diante de todas aquelas pessoas para que elas, ao verem o grande milagre que abalaria a aldeia de Betânia, reconhecessem que Deus o enviou.

Ao terminar a oração, Jesus em alta e poderosa voz clamou: Lázaro, sai para fora! As pessoas que ali estavam provavelmente acharam aquilo uma afronta à dor e ao luto da família de Lázaro.

Mas, inacreditavelmente, Lázaro despertou da morte, levantou-se e, como uma múmia, todo enrolado em faixas, caminhou lentamente e apareceu à porta do sepulcro surpreendendo a todos que o viram. Jesus, então, pediu que tirassem as faixas de Lázaro e o deixassem ir. Ao verem o fabuloso milagre da única “múmia” do mundo que voltou à vida, muitos judeus creram em Jesus como o enviado de Deus.

Leituras sugeridas: João 11:25

Para meditar

As pessoas de Betânia questionaram por que Jesus não curou Lázaro e o deixou morrer. Mas, para a glória de Deus, Jesus mais do que curar, ressuscitou Lázaro. Nos dias de hoje, as pessoas perguntam por que Deus permite que coisas ruins e até a morte aconteçam com pessoas boas e seguidoras dele. Que resposta você daria para responder a essa pergunta?


Reflexão

A mumificação, a reencarnação e a ressurreição: qual dará vida pós-morte?

Uma múmia é um cadáver preservado da decomposição por ação intencional ou natural. No Egito antigo, formavam-se cuidadosamente por vários dias as múmias dos Faraós, que eram os reis-deuses do Egito. Já os “plebeus” do Egito eram enterrados em sepulturas em que as condições ambientais de deserto favoreciam a mumificação natural dos defuntos.

A mumificação artificial ou intencional de um cadáver consistia essencialmente em retirar os órgãos do defunto para evitar a deterioração, purificar o corpo com óleos aromáticos e com água do rio Nilo, embalsamar o defunto e, por fim, enrolá-lo em faixas. Depois disso, as múmias eram guardadas em sarcófagos, que eram luxuosos túmulos. Os egípcios acreditavam que a mumificação, seja ela natural ou artificial, preservava o corpo para que ele recebesse uma nova alma, isto é, uma nova vida. No entanto, muitos anos se passaram e nunca se viu uma múmia voltar à vida. Todos os Faraós permanecem mortos esperando suas almas em seus luxuosos sarcófagos.

Ainda sobre a vida após morte, há aqueles que crêem na reencarnação. Embora haja quem afirme haver evidências de pessoas que reencarnaram, não há provas e muito menos testemunhas que provem que alguém tenha morrido e voltado à vida em outro corpo.

Jesus, porém, ao ressuscitar vários defuntos e a si mesmo, diante de várias testemunhas, mostrou que a ressurreição é uma possibilidade real de vida após a morte para todo que nele crê. Mais do que isso, Jesus afirmou ser ele mesmo a ressurreição e a vida (Jo 11:.25), isto é, a única esperança de vida eterna verdadeiramente feliz. Ninguém pode oferecer mais do que Jesus, pois ninguém mais, além dele e dos que por ele foram ressuscitados, voltou da morte para a vida para dizer o que será de nós quando findar o labor desta vida.

sábado, 2 de julho de 2011

História 21: A corcunda da sinagoga

A corcunda da sinagoga
Na sinagoga, Jesus cura uma mulher corcunda em pleno sábado.
Lucas 13:10-17
Em um certo dia de sábado, Jesus estava em uma sinagoga ensinando as pessoas que lá o assistiam. Os sábados eram sempre dias de grande movimento nas sinagogas, pois o sábado para os judeus era dia de descanso e de adoração ao Senhor. Dessa forma, naquele dia na sinagoga, certamente havia uma multidão de pessoas ouvindo Jesus.

No meio de tantas pessoas, chamou à atenção de Jesus uma mulher que não fixava o olhar nele porque ela era uma corcunda. Há dezoito anos, essa mulher era oprimida por um espírito que se alojou em suas costas deixando-a sempre encurvada para o chão.

A vida de uma mulher corcunda nos tempos de Jesus não era fácil. Ser mulher na sociedade judaica já era ser quase nada e, com uma deficiência física, era como se ela não existisse socialmente. Além da exclusão social, muito provavelmente, a corcunda da sinagoga, pela evidência do seu defeito físico, foi vítima de escárnios (ou bullying) que a faziam sentir-se mais encurvada do que ela já estava condenada a ser.

A mulher encurvada talvez já fosse uma pessoa conhecida na sinagoga, não por quem era interiormente, mas pela deficiência que possuía. Jesus, porém, destacou aquela mulher no meio das pessoas não pelo seu defeito físico, mas pelo milagre que se faria na vida dela.

E eis que vendo Jesus a corcunda da sinagoga, chamou-a para que viesse até ele. Bem devagar, corcunda passou por entre as pessoas que ali estavam e dirigiu-se ao mestre. Ainda que naquela caminhada o seu defeito fosse ainda mais exposto para todas aquelas pessoas, a corcunda superou toda a vergonha que pudesse sentir e seguiu em frente. Ao chegar aos pés de Jesus, que eram só o que ela conseguia ver dele, a corcunda parou para ouvi-lo. Mesmo sem alcançar os olhos dela, Jesus disse-lhe: “mulher, estás livre da tua enfermidade”. Em seguida, Jesus impôs suas mãos sobre a mulher e imediatamente o espírito de enfermidade desalojou-se dela desentortando-a completamente.

A mulher, sentindo o alívio de quem retira das costas um grande peso, ergueu-se com toda leveza. Livre do espírito de enfermidade e da vergonha que a curvavam para o chão, aquela mulher, agora ereta e feliz, dava muitas glórias a Deus.

Mas como há sempre um estraga-festa, enquanto a mulher celebrava a sua maravilhosa cura, o príncipe da sinagoga, desviou a atenção das pessoas da mulher que foi curada para si mesmo. Indignado e cheio de si, o príncipe da sinagoga disse à multidão: seis dias há em que se deve trabalhar; venham, pois, nesses dias para serem curados e não no dia de sábado. Para aquele fanático religioso, era mais importante guardar o sábado do que salvar uma vida.

Jesus, porém, lançou no rosto do príncipe da sinagoga a hipocrisia da religiosidade do seu tempo, dizendo-lhe: vocês no sábado desamarram bois e jumentos e os levam para beber água e não iria eu soltar da prisão essa filha de Abraão que há dezoito anos Satanás mantém presa? Com essas palavras, Jesus calou o príncipe da sinagoga e envergonhou todos os fanáticos religiosos que ali estavam.

Ao curar a corcunda em um sábado, Jesus ensinou que acima de qualquer lei está o amor às pessoas. Mostrou aos religiosos que há sim seis dias para se curar, mas que não se pode perder o momento de salvar vidas e de amar, ainda que seja este momento em um sábado. Assim a multidão se alegrou pelo que Jesus fez e ensinou naquele dia.

Lc 13:10-17- A história da corcunda da sinagoga
Lc 6:1-5; Mt.12:1-8 - Jesus até do sábado é Senhor
Lc 6:6-11 -Jesus realiza outra cura no sábado e desafia os religiosos
Lv 21:18-24- Os corcundas eram excluídos do sacerdócio no santuário
Mc 2:16-17- Jesus combateu a exclusão social
Rm 13:10- o cumprimento da lei é o amor

Reflexão

Uma parada contra o preconceito: da lei que exclui para a graça que abraça


No dia 26 de junho de 2011, realizou-se em São Paulo a 15ª edição da Parada do Orgulho gay que levou cerca de quatro milhões de pessoas para a avenida Paulista. A parada teve como tema “"Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia". A manifestação teve como objetivos comemorar a legalização da união civil de homossexuais e levantar um clamor social contra a homofobia.

Há hoje no Brasil uma verdadeira batalha entre homossexuais e evangélicos quanto à questão da criminalização da homofobia. Independendo das interpretações que se dão a essa questão, homofóbicos, homossexuais e evangélicos devem no mínimo ter bom senso e humanidade em suas ações. Dessa forma, os “pitboys” devem respeitar as pessoas e racionarem que violência só gera violência. Os homossexuais devem entender que, para serem aceitos, não se combate homofobia impondo valores que a sociedade em geral não aceita. Já os evangélicos, não devem se assimilar aos fariseus que usam a lei para reprimir e excluir. Homofobia se combate com o amor ao próximo e não com repressões. Se os evangélicos erguem as bandeiras do cristianismo, deveriam fazer o que Jesus faria. E o que Jesus faria?

Jesus recebeu com amor os cobradores de impostos, mendigos, deficientes físicos, a mulher adúltera e outros pecadores. Todos eram excluídos socialmente. Jesus, porém, em vez de apontar-lhes o defeito ou o pecado, amou-os, abençoando-os com cura e graça. Por simples graça, sem repressões, ele levou pecadores ao arrependimento. Será que a mulher adúltera, depois de ouvir do mestre “nem eu te condeno”, voltaria a adulterar? Voltaria Zaqueu a roubar depois de ser aceito por Jesus? Quando as pessoas recebem a graça que abraça, elas espontaneamente podem mudar, porque o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:10).