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sábado, 2 de julho de 2011

História 21: A corcunda da sinagoga

A corcunda da sinagoga
Na sinagoga, Jesus cura uma mulher corcunda em pleno sábado.
Lucas 13:10-17
Em um certo dia de sábado, Jesus estava em uma sinagoga ensinando as pessoas que lá o assistiam. Os sábados eram sempre dias de grande movimento nas sinagogas, pois o sábado para os judeus era dia de descanso e de adoração ao Senhor. Dessa forma, naquele dia na sinagoga, certamente havia uma multidão de pessoas ouvindo Jesus.

No meio de tantas pessoas, chamou à atenção de Jesus uma mulher que não fixava o olhar nele porque ela era uma corcunda. Há dezoito anos, essa mulher era oprimida por um espírito que se alojou em suas costas deixando-a sempre encurvada para o chão.

A vida de uma mulher corcunda nos tempos de Jesus não era fácil. Ser mulher na sociedade judaica já era ser quase nada e, com uma deficiência física, era como se ela não existisse socialmente. Além da exclusão social, muito provavelmente, a corcunda da sinagoga, pela evidência do seu defeito físico, foi vítima de escárnios (ou bullying) que a faziam sentir-se mais encurvada do que ela já estava condenada a ser.

A mulher encurvada talvez já fosse uma pessoa conhecida na sinagoga, não por quem era interiormente, mas pela deficiência que possuía. Jesus, porém, destacou aquela mulher no meio das pessoas não pelo seu defeito físico, mas pelo milagre que se faria na vida dela.

E eis que vendo Jesus a corcunda da sinagoga, chamou-a para que viesse até ele. Bem devagar, corcunda passou por entre as pessoas que ali estavam e dirigiu-se ao mestre. Ainda que naquela caminhada o seu defeito fosse ainda mais exposto para todas aquelas pessoas, a corcunda superou toda a vergonha que pudesse sentir e seguiu em frente. Ao chegar aos pés de Jesus, que eram só o que ela conseguia ver dele, a corcunda parou para ouvi-lo. Mesmo sem alcançar os olhos dela, Jesus disse-lhe: “mulher, estás livre da tua enfermidade”. Em seguida, Jesus impôs suas mãos sobre a mulher e imediatamente o espírito de enfermidade desalojou-se dela desentortando-a completamente.

A mulher, sentindo o alívio de quem retira das costas um grande peso, ergueu-se com toda leveza. Livre do espírito de enfermidade e da vergonha que a curvavam para o chão, aquela mulher, agora ereta e feliz, dava muitas glórias a Deus.

Mas como há sempre um estraga-festa, enquanto a mulher celebrava a sua maravilhosa cura, o príncipe da sinagoga, desviou a atenção das pessoas da mulher que foi curada para si mesmo. Indignado e cheio de si, o príncipe da sinagoga disse à multidão: seis dias há em que se deve trabalhar; venham, pois, nesses dias para serem curados e não no dia de sábado. Para aquele fanático religioso, era mais importante guardar o sábado do que salvar uma vida.

Jesus, porém, lançou no rosto do príncipe da sinagoga a hipocrisia da religiosidade do seu tempo, dizendo-lhe: vocês no sábado desamarram bois e jumentos e os levam para beber água e não iria eu soltar da prisão essa filha de Abraão que há dezoito anos Satanás mantém presa? Com essas palavras, Jesus calou o príncipe da sinagoga e envergonhou todos os fanáticos religiosos que ali estavam.

Ao curar a corcunda em um sábado, Jesus ensinou que acima de qualquer lei está o amor às pessoas. Mostrou aos religiosos que há sim seis dias para se curar, mas que não se pode perder o momento de salvar vidas e de amar, ainda que seja este momento em um sábado. Assim a multidão se alegrou pelo que Jesus fez e ensinou naquele dia.

Lc 13:10-17- A história da corcunda da sinagoga
Lc 6:1-5; Mt.12:1-8 - Jesus até do sábado é Senhor
Lc 6:6-11 -Jesus realiza outra cura no sábado e desafia os religiosos
Lv 21:18-24- Os corcundas eram excluídos do sacerdócio no santuário
Mc 2:16-17- Jesus combateu a exclusão social
Rm 13:10- o cumprimento da lei é o amor

Reflexão

Uma parada contra o preconceito: da lei que exclui para a graça que abraça


No dia 26 de junho de 2011, realizou-se em São Paulo a 15ª edição da Parada do Orgulho gay que levou cerca de quatro milhões de pessoas para a avenida Paulista. A parada teve como tema “"Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia". A manifestação teve como objetivos comemorar a legalização da união civil de homossexuais e levantar um clamor social contra a homofobia.

Há hoje no Brasil uma verdadeira batalha entre homossexuais e evangélicos quanto à questão da criminalização da homofobia. Independendo das interpretações que se dão a essa questão, homofóbicos, homossexuais e evangélicos devem no mínimo ter bom senso e humanidade em suas ações. Dessa forma, os “pitboys” devem respeitar as pessoas e racionarem que violência só gera violência. Os homossexuais devem entender que, para serem aceitos, não se combate homofobia impondo valores que a sociedade em geral não aceita. Já os evangélicos, não devem se assimilar aos fariseus que usam a lei para reprimir e excluir. Homofobia se combate com o amor ao próximo e não com repressões. Se os evangélicos erguem as bandeiras do cristianismo, deveriam fazer o que Jesus faria. E o que Jesus faria?

Jesus recebeu com amor os cobradores de impostos, mendigos, deficientes físicos, a mulher adúltera e outros pecadores. Todos eram excluídos socialmente. Jesus, porém, em vez de apontar-lhes o defeito ou o pecado, amou-os, abençoando-os com cura e graça. Por simples graça, sem repressões, ele levou pecadores ao arrependimento. Será que a mulher adúltera, depois de ouvir do mestre “nem eu te condeno”, voltaria a adulterar? Voltaria Zaqueu a roubar depois de ser aceito por Jesus? Quando as pessoas recebem a graça que abraça, elas espontaneamente podem mudar, porque o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:10).

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

História 5: A Intocável

A Intocável

Um toque proibido e a milagrosa cura da mulher que sangrava.


Marcos 5:24-34

Havia em Israel uma solitária mulher que sofria há doze anos de hemorragias e da dor de ser uma intocável na sua sociedade. De acordo com as leis de Israel, uma mulher que tivesse hemorragias por longos períodos, isto é, além do que era normal ela ter por mês, era considerada impura e tudo o que ela tocasse tornava-se impuro também (Levítico 15:25-27). Dessa forma, o sofrimento da mulher que sangrava era muito grande. Como ela vivia sempre com hemorragias, ela não poderia tocar em coisa alguma e nem ser tocada porque era considerada imunda. Essa mulher tornou-se, assim, uma intocável no meio do seu povo.

A mulher intocável já havia gastado tudo o que possuía com tratamentos médicos, mas não apresentava qualquer sinal de melhora. Ao contrário, sua situação ficava cada vez pior e sua existência cada vez menos suportável. As hemorragias, o sentimento de ser imunda e a solidão acompanhavam aquela mulher todos os dias roubando-lhe, aos poucos a vida, mas não a sua fé.

A mulher intocável ouviu falar de Jesus e acreditou que ele poderia ser sua última esperança de cura. Ela, mesmo sendo desiludida pelos médicos, ainda assim, não desistiu de lutar por sua cura.


Por detrás de uma multidão que seguia Jesus, escondia-se uma mulher de semblante pálido e angustiado, como alguém que está à morte. Era a mulher intocável, a mulher que ia perdendo a sua vida à medida que perdia sangue. Ela, vendo Jesus, pensou e creu que se apenas conseguisse tocar nas vestes dele, ela sararia.

Jesus caminhava sendo apertado pela multidão, até que ele sentiu um toque diferente, um toque que lhe drenou poder. Assim que tocou em Jesus, a mulher intocável sentiu uma maravilhosa sensação dentro de si. Ela sentiu que suas hemorragias haviam sido milagrosamente estancadas. Estando curada, o semblante pálido e triste da intocável começou a ganhar cor, alegria e vida.

Jesus, depois de sentir que algo muito bom saíra de si mesmo com aquele toque, perguntou à multidão: quem me tocou? Para os discípulos era uma pergunta absurda, pois como a multidão apertava o mestre, muitas pessoas haviam tocado nele. Já para a mulher que havia sido curada, a pergunta de Jesus poderia significar que ele percebeu que havia sido tocado por uma mulher impura. Por isso, tremendo e com medo de que Jesus a repreendesse por ela tê-lo tocado tornando-o impuro, a mulher se aproximou de Jesus e, prostrada aos pés dele, contou-lhe toda a verdade.

Jesus, admirado com a fé da mulher, amorosamente disse-lhe:” filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada deste teu mal”. Com esse gesto, Jesus mostrou que o amor dele e a fé da mulher fizeram mais bem a ela do que a lei que a mantinha como uma intocável. Assim, o toque proibido cheio de fé daquela mulher a levou ao conhecimento do poder, do amor e da maravilhosa graça do Senhor Jesus Cristo. Por isso, a fé dela a salvou das hemorragias e do preconceito a que era submetida pela lei e pela sociedade que cumpria a lei.

Leituras sugeridas

  • Lv.15:25-27 - a lei para quem tinha fluxo de sangue
  • Lc.8:43-48 - a versão de Lucas da história da mulher que tinha fluxo de sangue
  • Mt.9:20-22 - a versão de Mateus da história da mulher que tinha fluxo de sangue
  • Mc.9:23 - Tudo é possível para aquele que tem fé
  • João 3:16-18 - O amor de Deus supera a lei
  • Mc.5:24-34 - a versão de Marcos da história da mulher que tinha fluxo de sangue

Reflexão

Dalits, os intocáveis da Índia



Na Índia existe um sistema preconceituoso que divide a sociedade em “castas”. Essas “castas” representam uma hierarquia dos grupos sociais. Nesse sistema, quem nascce rico morre rico e quem nasce pobre morre pobre. Mas pior é quem nasce dalit. Os dalits não pertencem a uma casta. Eles são considerados intocáveis ou impuros porque na Índia acredita-se que eles são a poeira dos pés do deus Brahma, um ídolo indiano. Por causa dessa crença, homens, mulheres e crianças dalits são abandonados à extrema miséria. Este é o retrato atual do preconceito contra os dalits na Índia:


• Os dalits são considerados inferiores aos humanos
• Os dalits são condenados aos trabalhos mais sujos e mal remunerados por toda a vida, sem qualquer direito de evoluírem.
• Um dalit só pode entrar em um templo se não houver humanos.
• Eles só podem usar roupas de pessoas mortas.
• Até a sombra de um dalit é considerada impura e, por isso, ela não pode passar sobre um “ser humano”para não contaminá-lo.


Jesus disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (João 15:12). Esse mandamento de Jesus inclui os dalits. A mensagem do amor de Jesus precisa chegar a eles também.