sábado, 13 de agosto de 2011

História 27: O anjo destruidor


O anjo destruidor

Por causa de uma ordem insensata de Davi, a terra de Israel é castigada com uma terrível peste e com a espada do anjo destruidor.
Ao ver o terror começado pelo anjo, Deus ordena-lhe que pare. 


(Veja uma Atualização mais aprofundada desse estudo disponível AQUI)


I Crônicas 21:1-30


Quando Deus convidou Abraão a sair de sua terra para a Canaã, a terra prometida, prometeu-lhe que a sua descendência seria numerosa como as estrelas do céu e como areia do mar. A mulher de Abraão, Sara, era estéril, mas Deus, fiel à sua promessa, fez nascer de um ventre estéril uma grande nação. Os descendentes de Abraão, os israelitas, multiplicaram-se de forma que a terra se encheu deles (Êxodo 1:7). Dessa forma, se o propósito de Deus era tornar o seu povo incontável como as estrelas do céu e a areia do mar, como, ele se sentiria se alguém decidisse contar o seu povo?

Satanás por certo pensou nisso e incitou o rei Davi a numerar o povo. Davi então chamou Joabe, o general do seu exército, e ordenou a ele e aos maiorais do exército que fizessem o censo de Israel. Até Joabe entendeu que numerar o povo de Israel seria uma afronta a Deus, mas Davi não quis entender e manteve a decisão de numerar os israelitas.

Joabe, depois de quase dez meses, voltou a Davi com a soma dos israelitas: um milhão e cem mil homens de guerra em Israel, e os de Judá, quatrocentos e setenta mil homens. Joabe, porém, não contou os homens de Levi e de Benjamim por considerar isso uma ofensa a Deus.

Ao saber da soma dos israelitas, o coração de Davi pesou e ele, tomando consciência de que desagradara a Deus, angustiou-se muito.

O profeta Gade, da parte de Deus, falou para Davi escolher: três anos de fome, três meses de guerra sendo hostilizado por seus inimigos ou três dias de peste sobre Israel e a destruição de Jerusalém pelo anjo destruidor. Diante de tão difícil escolha, Davi escolheu três dias de peste porque entendeu que era melhor cair nas mãos do Senhor, que é misericordioso, do que cair nas mãos dos homens.

Tendo Davi feito a sua escolha, o Senhor enviou uma peste de três dias sobre Israel e o anjo destruidor com sua espada para arrasar Jerusalém. Por três dias, Israel testemunhou um verdadeiro apocalipse e setenta mil homens caíram mortos. Mas Deus, ao ver a catástrofe que o anjo destruidor já tinha começado a fazer em Israel, arrependeu-se e ordenou ao anjo que parasse, dizendo-lhe: Já basta, retira a tua mão!

Davi e as autoridades de Israel, ao verem o anjo com a espada exterminando o povo, cobriram-se de saco, o que representava um grande sofrimento interior. E estando eles prostrados, Davi, desesperado, rogou ao Senhor, dizendo: fui eu que pequei, mas estas inocentes ovelhas o que fizeram? Que a tua mão pese contra mim e contra a minha casa, mas não para castigar o meu povo.

O anjo destruidor foi detido, mas, para que a paz voltasse à terra, o profeta Gade disse para Davi edificar um altar ao Senhor no terreno de Araúna, o jebuseu. Araúna ofereceu a Davi o terreno e tudo o que seria necessário para os sacrifícios, mas Davi disse-lhe que iria pagar por tudo, pois não ofereceria a Deus o que não lhe custasse sacrifício. Davi então edificou um altar com ofertas pacíficas e invocou o Senhor Deus , que logo respondeu com fogo do céu sobre o altar.

Depois de selada a paz entre Davi e Deus, o Senhor ordenou que o anjo destruidor guardasse a espada na bainha.

Davi queria ainda ir oferecer sacrifícios a Deus no lugar de adoração que ficava em Gibeão, mas não podia ir lá falar com Deus porque ainda estava traumatizado com espada do anjo destruidor.

Textos sugeridos

  • II Cronicas 27:23-24 - O problema de fazer o censo dos israelitas
  • I Sm 24:10-25 - Versão 1 da história do anjo destruidor
  • I Cronicas 21:1-30 - Versão 2 do Anjo destruidor. Satanás incita Davi a numerar o povo e vem o terror do anjo destruidor.

Reflexão
A escolha de Deus



Na história em que, por escolha de Davi, Deus enviou um anjo destruidor para arrasar Jerusalém (I Crônicas 21:1-30), questiona-se por que Deus permitiu que pessoas inocentes pagassem pelo pecado de Davi.Em tal questionamento há, na verdade, um desvio na atribuição de culpas. Por exemplo, se pelo erro de um piloto de avião, várias pessoas morrem, a culpa é de Deus? Da mesma forma, se um prefeito deixa a população ocupar áreas de risco e, sobrevindo ali tempestade ou terremoto, a culpa é de Deus?

Davi sabia que estava cometendo um erro e foi alertado por seu general, mas mesmo assim insistiu no erro e dele só tomou consciência quando viu seu povo morrendo por causa da sua irresponsabilidade.

Mas, mais forte do que questionar por que Deus permitiu pessoas inocentes pagarem pelo erro de seu líder, é questionar por que Deus permitiu que o seu filho inocente pagasse pelos pecados de todo mundo? E se na resposta do primeiro questionamento acredita-se haver uma grande injustiça, na resposta do segundo, certamente, há um grande amor.

A escolha de Deus foi mais difícil do que a de Davi. Davi escolheu poupar-se a si mesmo e deixar os outros morrerem em seu lugar, mas Deus escolheu deixar seu filho morrer no lugar de todo mundo.

No filme “A escolha de Sofia”, uma mãe, em um campo de concentração nazista, foi obrigada a escolher qual de seus dois filhos deveria morrer, caso contrário, os dois morreriam. No filme, com toda a dor no coração, ela escolheu o melhor filho para viver. Ao contrário dela, Deus escolheu para morrer a pior morte o seu melhor filho para que todos os outros ingratos filhos fossem salvos. Com a força de tamanho amor, Jesus, o filho de Deus, ressuscitou dos mortos quebrando a condenação da morte destinada a todos os homens para que todo aquele que nele cresse fosse salvo e, por graça, recebesse vida eterna. Esse é o amor de Deus que excede toda justiça e todo o entendimento.

sábado, 6 de agosto de 2011

História 26: O jovem bruxo

O jovem bruxo
Manassés começa a reinar em Jerusalém aos doze anos de idade, torna-se um bruxo malvado, mas, depois de um grande sofrimento, arrepende-se e reconhece que o Senhor é Deus.
II Reis 21:1-18; II Crônicas 33:11-20




Depois que o rei Ezequias morreu, o seu filho Manassés, aos doze anos de idade, começou a reinar em Jerusalém. Ao contrário de seu pai, Manassés não agradou ao Senhor no seu reinado, antes fez de tudo para irritar o Senhor e corromper o povo de Judá com idolatria e feitiçarias.

O rei Manassés tornou-se também um bruxo, pois, conforme faziam as nações que habitavam a terra de Canaã antes dos israelitas, envolveu-se com feitiçarias, adivinhações, encantamentos e agouros.

Quando os israelitas haviam entrado na terra prometida, o Senhor ordenou-lhes que lançassem fora da terra os cananeus assim como as suas práticas de adivinhações, feitiçarias e até de sacrifícios humanos. Manassés, porém, tanto fez o povo errar, que o levou a fazer coisas até piores do que as nações pagãs que o Senhor ordenou manter distância.

No reinado de Manassés, a idolatria alastrou-se de tal forma que era como se Deus não existisse mais em Judá. Manassés dedicou-se a reedificar os altares de idolatria que Ezequias seu pai havia destruído, levantou mais altares para o deus Baal, cultuou os astros e, para irritar mais ainda o Senhor, construiu ídolos e altares no próprio templo de Deus.

Manassés também ficou conhecido na Bíblia como um rei perverso. Além de derramar muitíssimo sangue inocente, ele fez o próprio filho passar pelo fogo, conforme os rituais pagãos de sacrifícios humanos, que eram práticas abominadas e proibidas por Deus.

Vendo o Senhor Deus que a sua terra e o seu povo estavam cada vez mais contaminados pela idolatria e pelo pecado, começou a avisar, através dos profetas, a Manassés e ao povo para que se arrependessem dos horrores que estavam fazendo. Deus disse-lhes que, se eles não corrigissem os seus caminhos, viria um tão grande mal sobre eles, que aquele que ouvisse falar ficaria com as orelhas em pé.

Mesmo sendo avisados várias vezes das conseqüências dos caminhos errados que estavam seguindo, Manassés e o povo não deram ouvidos às palavras do Senhor. E, não havendo outro jeito de Judá se concertar dos seus erros, o Senhor entregou Manassés e o povo de Judá nas mãos do exército da Assíria. Manassés foi então levado preso em ganchos e amarrado com cadeias para a Babilônia.

Com o sofrimento, o rei Manassés tomou consciência do caminho errado que seguiu e se humilhou diante do Senhor. Muito angustiado, ele orou com toda sinceridade ao Senhor e rogou alívio para seu sofrimento. Deus ouviu a oração de Manassés e o trouxe de volta para Judá, devolvendo-lhe o reino. Manassés então reconheceu que o Senhor era Deus e tornou-se um novo homem.

O rei Manassés tirou da casa do Senhor os ídolos e derrubou todos os altares de idolatria. Para homenagear o Senhor, ele ofereceu não sacrifícios humanos, mas sim sacrifícios de louvor e de paz ao Senhor seu Deus. Agora, como um novo rei, Manassés ordenou ao povo de Judá que servisse e adorasse somente ao Senhor.

Deus permitiu Manassés passar por um cativeiro porque de um grande sofrimento viria uma grande mudança. Assim, a história do rei Manassés, cujo nome significa “faz esquecer”, é um exemplo de que as pessoas, por piores que tenham sido, ainda assim, podem se concertar e recomeçar uma nova vida para a glória de Deus.


Para pensar

O rei Manassés foi um rei perverso que fez muitas maldades. Uma das crueldades atribuídas ao rei Manassés foi ter serrado o profeta Isaías ao meio. Nos dias de hoje, existem muitas pessoas cruéis como Manassés que matam de forma hedionda sem demonstração de qualquer arrependimento. Você acha que essas pessoas deveriam ser punidas com a pena de morte? De acordo com a história do rei Manassés, essas pessoas são recuperáveis?

Leituras sugeridas
  • Salmos 106:34-46 - Como o povo de Deus entrou em laço por não terem expulsado da terra prometida os povos pagãos, o cativeiro e a misericórdia de Deus. (Vale a pena ler!!!)
  • II Re 21:1-18 - A história do rei Manassés
  • II Cr 33:11-20 - O arrependimento do rei Manassés


Reflexão
O bruxinho malvado



O fenômeno Harry Potter tem despertado o interesse de muitas crianças e adolescentes pela bruxaria. Os bruxos, que outrora eram os vilões malvados, são hoje os heróis da nova geração de crianças. Os pais, no entanto, devem questionar as referências que esses heróis passam e que contribuem de forma significativa para formação do caráter de seus filhos.

Seria, dessa forma, bom para a formação de uma criança vestir-se, agir e querer ser como Harry Potter? Será que existe bruxo bonzinho como as mídias enganam? Não seriam os verdadeiros “trouxas” (termo das histórias de Harry Potter referente àqueles que não são bruxos) aqueles que se deixam enganar, consomem e imitam o que se tem de pior?

Para se ter uma ideia de que a essência de um bruxo não muda com nova roupagem e com caras bonitas e infantis, basta ler o primeiro livro da série “Harry Potter” para observar, nos detalhes, o caráter egoísta, perverso e vingativo do bruxinho Harry. Por exemplo, em um diálogo, Hagrid, o amigo de Harry, pergunta-lhe: “"Não é bruxo, hein? Nunca fez nada acontecer quando estava apavorado ou com raiva?” Mas um super-herói não deveria usar seus poderes para fazer o bem? Observe como as formas de Harry se vingar (por exemplo, atiçar uma cobra contra uma pessoa) não são de uma criança normal, mas sim de uma mente perversa. Se Harry e seus amigos são contra a magia negra, por que então usam seus poderes para arrombar caixas, roubar e jogar azar para as pessoas? Pergunte-se: se Harry é um herói, por que, em uma situação de risco, para poupar-se, ele manda seus amigos irem na sua frente para o perigo?

A Bíblia nos orienta a examinarmos tudo e a reter o bem (I Ts 5:21). Um olhar mais inteligente e crítico, concluirá que Harry Potter é, na verdade, um bruxinho malvado e egoísta e não um herói. São essas as referências de heróis que terão nossas crianças? Pense nisso não como um “trouxa”, mas como um sábio que discerne e seleciona o que é bom.